EROS
As palavras da Paola e do meu pai são como um soco no estômago, mas ao mesmo tempo, trouxeram uma clareza do quanto eu estou fazendo mal a Chiara.
A respiração me falta, eu saio do quarto sem responder a nenhum dos questionamentos e vou até um jardim que vi na lateral do hospital quando cheguei.
Nunca senti algo assim, minha visão está turva, meus pés e mãos estão formigando, um nó se forma na minha garganta, uma angústia que eu não lembro de ter sentido.
Me sento em um banco e me permito chorar. Choro tanto que sinto os meus olhos pesarem.
As lembranças do que Emma me contou, do desespero que fiquei quando vi aquele carro batendo no carro da Chiara, do medo que eu senti de perdê-la, dela me falando o quanto doeu ver aquelas imagens, somado a tudo que os nossos pais falaram... São demais para mim, e eu desabo.
Por que eu não fui embora aquela noite?
Sinto uma mão no meu ombro.
— Posso sentar? — meu pai pergunta.
— Claro — falo, limpando as lágrimas.
Ficamos os dois por um períod