Clavel Hidalgo, desde que nasceu, foi obrigada a lidar com pessoas assim. Sempre cercada pela segurança de seu pai, aprendeu muito cedo o que era o poder. Por isso, essa detetive não a intimidava; ela a olhou de frente, sem se assustar com o que lhe dissera.

—Não sei —respondeu Clavel, mantendo sua atitude tranquila—. Eu estava viajando e papai me ligou para avisar que haviam assaltado minha irmã, e que ele a havia levado a uma clínica particular, que não fosse e não me disse qual.

—Você sabe que posso acusá-la de obstrução à justiça? —ameaçou a mulher diretamente.

—Agente —interveio o advogado Oliver novamente, visivelmente irritado—, quando a senhorita Camelia estiver em condições de ir à delegacia, eu mesmo a levarei. Ela ficou muito mal e está sendo atendida.

—Temos ordens de levá-la agora mesmo detida; diga-nos onde está —insiste a detetive, olhando para Oliver.

O advogado fixa o olhar na mulher. Ele é quem cuida do caso de Camelia e, junto com seu pai, conseguiu que ela não foss