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Capítulo 6 - A Fortaleza do Fim e o Eco dos Guardiões

O selo deixado por Lyra pulsava como um coração enterrado no chão. Dele, um feixe de luz subiu ao céu escuro, rasgando a neblina por um instante. Era o caminho — mas também um aviso.

A estrada para a origem do BREU estava aberta.

Kaori ainda sentia a dor da perda. A flor de fogo que brotara de sua lágrima permanecia acesa, resistindo ao vento e à escuridão. Ela a segurou nas mãos.

— A Lyra acreditou até o fim... agora é nossa vez.

Noah, mais calado do que nunca, passou a noite estudando o símbolo que surgira. As runas falavam de um lugar fora do tempo, onde tudo começou: a Fortaleza do Fim, erguida sobre as ruínas da primeira esperança roubada.

— Dizem que quem entra lá volta diferente... ou não volta — murmurou ele.

Mesmo assim, não hesitaram.

Ao atravessarem o selo, o mundo se curvou.

Tudo ficou cinza. O céu não tinha fim, mas também não tinha cor. O chão era feito de memórias esquecidas — brinquedos quebrados, retratos sem rosto, cartas jamais entregues. O BREU havia construído sua fortaleza sobre o desespero do mundo.

E ela estava ali, ao longe.

Uma torre alta e retorcida, feita de espelhos escuros e espinhos, flutuando acima de um abismo. Portões de ferro selavam sua entrada, com símbolos de dor e silêncio gravados nas barras.

Kaori sentiu o fogo crescer dentro de si. As correntes ao redor de seu coração estavam enfraquecendo — cada batalha, cada perda, cada escolha partia mais um elo.

Noah estendeu o livro, e as páginas se viraram sozinhas. Um feitiço se revelou, mas era incompleto.

— Falta uma última peça — disse ele. — Um fragmento da origem do BREU. Só com isso podemos selá-lo para sempre.

> E havia apenas um lugar onde esse fragmento existia: no coração do BREU.

Eles teriam que enfrentá-lo não apenas com força, mas com tudo o que haviam esquecido de si mesmos.

Antes de entrarem, Kaori tocou o ombro de Noah.

— Se algo acontecer... quero que saiba que você me devolveu a esperança quando eu já havia desistido de mim.

Ele a encarou.

— E você me fez acreditar que eu era mais do que meu passado. Se eu tiver que cair, que seja lutando por isso.

De mãos dadas, atravessaram os portões.

> E atrás deles, o selo se fechou.

Dentro da fortaleza, os ecos dos antigos guardiões os esperavam. E o BREU, pela primeira vez, sussurrou:

— Vocês vieram... prontos para serem esquecidos?

A Fortaleza do Fim não era feita de pedra ou aço — mas de lembranças distorcidas.

Cada passo que Kaori e Noah davam os mergulhava em uma memória esquecida, roubada por aquele que tudo consome: o BREU. As paredes sussurravam vozes familiares, distantes, como se chamassem por socorro... ou como se acusassem.

No primeiro salão, o ar pesou. Um espelho gigante surgiu, e dele saiu um guerreiro feito de névoa sólida, olhos sem alma, armadura rachada. Ele carregava um brasão antigo, o símbolo dos Guardadores da Luz, uma ordem extinta — traída pelo próprio medo.

— Eu fui como vocês — disse ele, com voz feita de vento. — Lutei contra o BREU... e perdi. Como todos os outros.

Kaori avançou, chamas nos punhos.

— Não somos como todos os outros!

Mas o Guardião não era apenas uma sombra — era o reflexo da dúvida.

— Você tem medo de si mesma. Tem medo do que se tornará se libertar o dragão por completo. E você, menino da magia... ainda chora pelo pai que nunca conheceu.

O chão tremeu. Vários espelhos se ergueram ao redor, e de cada um saiu uma figura. Havia um jovem elfo com asas partidas, uma feiticeira cega, uma criança que cantava enquanto chorava sangue.

— Todos eles foram heróis — sussurrou Noah. — Todos... falharam?

— Não falharam — disse uma voz, diferente das outras.

Era Lyra.

Não como antes. Um fragmento de sua alma, preservado pela luz que ela sacrificou. Ela apareceu entre os espelhos, radiante.

— Eles deram tudo o que tinham. E agora, vocês carregam as escolhas deles.

O fogo de Kaori explodiu, não em destruição — mas em cura. As chamas tocaram as sombras, que gritaram, e se transformaram em poeira de luz. Noah, por sua vez, ergueu o livro, e uma página dourada se escreveu sozinha: "Eco dos Caídos, levantai-vos como memória viva."

As sombras viraram estrelas. O salão escureceu.

No centro, surgiu uma escada infinita que levava ao coração da fortaleza.

Kaori olhou para Noah.

— Estamos chegando lá.

Ele assentiu.

— E agora não carregamos apenas nossos sonhos... mas todos aqueles que sonharam antes de nós.

> A esperança, perdida em tantas eras, havia se acendido novamente.

Mas o BREU sentiu. E se preparava para fazer o que fazia de melhor: apagar.

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