Minsk e Neveri seguem unidos pelas mãos de Vitória Malena, que se vê dividida entre governar e administrar uma herança que chega às suas mãos em forma de um diário. Um presente deixado a ela por sua bisavó, Rainha Eugênia. Após escolher aceitar essa herança, Vitória dá início à leitura desses escritos, que trarão grandes e surpreendentes revelações. Iremos descobrir através do passado que nada é realmente o que parece ser, desvendando em cada página mistérios que ninguém poderia imaginar. Esse é o terceiro livro da Série Regnaturi, onde a história de nossas três Rainhas se juntam formando uma só. Descubra o elo existente entre Malena, Vitória e Eugênia, e surpreenda-se também com o desfecho dessa incrível história.
Leer másQuerido Leitor,
Se você chegou até aqui é porque vem acompanhando toda essa história e enfim, tem em suas mãos, o terceiro e último livro da Trilogia Regnaturi.Adianto a você que encontrará nas páginas seguintes muitas emoções, doces conclusões, muito drama, amor, e grandes e surpreendentes revelações.
Você pode até querer brigar comigo em alguns momentos (espero que não), e pode até lamentar alguns acontecimentos (com toda razão). No entanto, desejo que termine essa leitura como eu terminei
escrevendo, com o coração cheio de amor, fazendo uma retrospectiva de tudo o que aconteceu durante a história, e entendendo a necessidade de todos os fatos.Termino essa carta agradecendo por seu carinho com meu trabalho e por ter chegado até aqui. Aguarde que em breve teremos alguns Spin-offs pela frente, pois algumas personagens desejam fala um pouco mais.
Que você tenha uma ótima leitura! Um grande e afetuoso abraço,Sandra Milani Moreira
PARTE 1
Como consegui respirar quando fiquei mais perto de ti?
Não sei dizer o que o meu coração descompassado sentiu quando você se aproximou e dançamos pelo salão.
O toque que jamais imaginei sentir, a conversa que não pensei ter contigo. Aquilo realmente aconteceu, ou foi apenas um sonho?
Não sei dizer ao certo, pois venho misturando sonho com realidade.
Vejo meu reflexo no espelho e o sofrimento está estampado em minha face, por tantas coisas que posso imaginar e sentir, no entanto não posso ter.
Tudo se despedaça em vários cacos, tento juntá-los na tentativa vã de me compor, de retomar meus sentimentos para seguir em frente...
Mas... O que é seguir em frente sem você?
(Breathe No More, Evanescence)“I've been looking in a mirror for so long
Estive olhando no espelho por tanto tempo
That I've come to believe my soul's on the other side
Que vim a crer que minha alma, estava do outro lado
All the little pieces falling, shattered
Todos os pequenos pedaços caindo, quebrados
Shards of me too sharp to put back together
Pedaços de mim afiados demais para serem postos de volta
Too small to matter
Pequenos demais para terem importância
But big enough to cut me into so many
Mas grandes o suficiente para me cortar em tantos
Little pieces if I try to touch her
Pequenos pedaços se eu tentar tocá-la
And I bleed. I bleed
E eu sangro. Eu sangro
And I breathe. I breathe, no more...”
E eu respiro. Eu respiro, não mais...
(Breathe No More, Evanescence)
Eugênia
Seu futuro era reinar. Ele seria o próximo na sucessão a governar o seu reino e já se preparava para isso. Sua linhagem de antecedentes vinha de Reis guerreiros e ele treinava desde muito pequeno para fazer jus a essa herança. Tinha a certeza, de que o seu reinado estaria entre os melhores, no entanto, era suspeita para falar sobre ele. O amava tanto que aquele sentimento se transformava em dor, todas as vezes que pensava na distância que nos separava.
Nossos pais eram amigos, nossos reinos vizinhos e viviam em harmonia. Convivemos desde bem pequenos, porém ele nunca se interessou por mim, nem mesmo minha amizade lhe interessava. Para ele, eu era apenas a princesa que por ser alguns anos mais nova, não merecia sua atenção.
Meu irmão, que era mais velho do que eu e praticamente da mesma idade que ele, era seu melhor amigo. Brincavam juntos quando meninos e agora treinavam com o mesmo tutor, o cavaleiro Rômulo, que era amigo de ambos os Reis. Eles eram orientados para assumir, cada um, o seu reino e manterem a união e amizade entre eles.
O futuro para os reinos seria próspero se conseguissem manter aquela amizade, já que por serem vizinhos e um dos rios banharem as duas partes, seria saudável manter a hostilidade para que as plantações continuassem divididas daquela forma e recebendo a quantidade necessária de água para se manterem saudáveis, além do abastecimento de ambos os reinos.
Gostaria que nossos pais tivessem pensado em unir os reinos nos prometendo desde pequenos, porém, como ele nascera antes já estava prometido a outra herdeira desde o seu nascimento e não possível que isso fosse desfeito, para a minha infelicidade.
Não adiantava sofrer com aquilo, mas sofria. Era orientada para ser apenas a princesa do reino e uma futura boa esposa em um casamento arranjado que trouxesse algum benefício ao reino e quem sabe meu esposo, dependendo de sua posição, trabalhasse no Conselho e fosse o braço direito do Rei. Quem sabe?!
— Minha filha, está muito distraída neste dia. O que há com você? Desde o desjejum percebi que não está bem!
— Perdoe, minha mãe. Acordei deveras distraída hoje, não sei dizer o porquê!? — sabia bem qual era o motivo de minha distração, ele vivia no reino ao lado e estava naquele momento, treinando na clareira entre os reinos, junto de meu irmão Christopher.
— Eugênia, querida. Já que não consegue se concentrar nem ao menos em sua aula de música, que aprecia tanto, venha comigo a um passeio pelo jardim, precisamos conversar, longe dos olhos de seu pai. — Ela falou abaixando o tom de voz e se aproximando de mim, para que ninguém mais a ouvisse.
Saímos para o jardim e tentei corrigir minha postura para que ficasse semelhante à dela, era uma das coisas que mais admirava em minha mãe. Rainha Clélia, era sem dúvida, uma das rainhas mais admiradas da história de nosso reino, não digo isso somente por ela ser minha mãe, mas porque era um fato que ninguém tinha motivo algum para contestar.
Todos concordavam com a sua importância ao lado de meu pai governando Neveri, eles tinham longas reuniões em que o Rei Lutero, fazia questão de levar a ela todos os problemas que surgiam no reino e eram discutidos nas reuniões do Conselho.
Meu pai ouvia as argumentações dos conselheiros e nunca tomava uma decisão no mesmo dia, preferia discutir as possibilidades com minha mãe e ouvir a sua opinião.
Dave, o secretário deles, sugeriu inúmeras vezes que a Rainha participasse também das reuniões com o Conselho, entretanto ela não queria ofuscar a liderança do Rei e prejudicar o respeito que ele havia adquirido com o tempo.
Ela, com toda a sua benevolência, preferia ficar nos bastidores e era feliz em auxiliar dessa maneira, contribuindo para a ascensão de um grande Rei que tinha ao seu lado uma grande Rainha.
Meu sonho era um dia poder ser como ela. Desde muito pequena a seguia e a copiava em tudo o que fazia. Sabia que jamais seria Rainha como ela, pois meu irmão assumiria o trono por ser o primogênito e seus descendentes seriam os próximos na sucessão e assim por diante. Como segunda filha, seria sempre uma princesa.
Após alguns minutos, as damas entraram nos aposentos trazendo o que fora pedido por Rainha Eugênia o chá foi servido na mesa ao lado do leito. Ela fez todo o esforço necessário para levantar-se e sentar-se à mesa também, apesar dos pedidos de Olívia para que permanecesse descansando.— Em breve, terei muito tempo para descansar, não se preocupem com isso. O mais importante agora é lhe contar o que você já deveria saber há muito tempo. Um segredo que foi escondido de você e quedecidi não querer levar para o túmulo. — Elas se sentaram e a história de Rainha Eugênia começou. — Olívia já sabe de tudo, foi a primeira a quem contei e estou também escrevendo um diário para presentearVitória quando ela crescer, meu desejo é que todos saibam a verdade.Vitória já havia nascido naquela ocasião e aquele diário seria também sua herança. Rainha Eugênia relatou a Malena tudo o que estava escrito ali até chegar o momento de enfim revelar a verdade sobre oseu filho primogênito e bastardo.— A senh
Malena estava apreensiva com o chamado ao reino. Rainha Eugênia não estava bem de saúde e havia mandado chamá-la para conversar. Quando recebeu a mensagem em sua propriedade ficou confusa sobre o motivo de ela a estar chamando e porque queria vê-la. Segundo a mensagem de Condessa Olívia, ela estava muito debilitada e à beira da morte dizendo que um de seus últimos desejos era ver Malena. Mesmo sem entender, ela mandou preparar tudo e viajou com Henry para o castelo de Neveri.Apesar da dúvida e incerteza, ela estava feliz pela oportunidade de visitar a todos, pois passaria por Minsk também e poderia ficar um tempo com seus afilhados queridos.Chegando a Neveri foram recepcionados por Rei Theodore e Condessa Olívia.— Seja muito bem-vinda a Neveri, Rainha Malena. — Henry a ajudou descer da carruagem e se cumprimentaram com reverências.— Obrigada! Há muito não vinha para cá, até mesmo para Minsk estou devendo uma visita.— Apenas sentimos não ser uma visita assim tão agradável. Afi nal
VitóriaEra chegada a hora de todos saberem a verdade, porém, havia alguém que era o maior interessado naquela descoberta, e foi ele que aguardei em nossos aposentos para a revelação.Justamente naquele dia, Aron, Arthur, Andrew, James e Kiriem estavam longe. Haviam saído para a clareira no bosque levando Liriel para o seu primeiro treinamento fora das muralhas do castelo. A felicidade de minha filha, quando despertou, era de contagiar qualquer pessoa. A despeito de seu sentimento, qualquer um que cruzasse seu caminho e a visse antes de partir para aquele treinamento especial, percebia o quanto ela estava radiante.Sabia que eles demorariam a retornar, porém estava cada vez mais ansiosa para conversar com meu esposo, não poderia imaginar que ao final daquele dia teria algo urgente para conversar com ele. Quando retornaram, Aron queria contar-me como foi o dia na clareira, deixei que ele falasse, todo orgulhoso do desenvolvimento dos meninos e de como nossa menina, em tão pouco tempo d
Eugênia— Sei de todos os lamentos de Rainha Malena quanto ao seu amor impossível por Aron, contudo nunca em minhas premonições os vi, nem senti que os dois ficariam juntos além da amizade. Devido a isso,agi com cautela, somente a ouvindo e a guiando em seu caminho. Se tivesse pressentido o contrário teria interferido e quebrado a minha promessa.— Sobre qual promessa se refere?— A que fiz a Serafim, de nunca contar a ninguém sobre Aron, sobre o que houve com vocês dois no passado. Nem ao menos a Rainha Stella soube!— Ele levou mesmo esse segredo para o túmulo e quase que nem eu mesma descubro. Foi um acaso do destino lhe encontrar, meu irmão. E pensar que Adônis e Serafim foram amigos durante todo esse tempo,nossos reinos unidos em harmonia. Difícil de acreditar! Agora Estevam tenta pôr um fim nessa paz. Não posso deixar que isso aconteça!— Na verdade, meu sobrinho tem razão. O rio no passado pertencia a Neveri. Seu esposo e Serafim, nunca foram tão amigos quanto todos acreditam
EugêniaAinda naquela mesma sala, naquela mesma tarde, meu irmão me contou tudo sobre o que mais desejava saber em minha vida: onde estava meu filho!— Acho melhor tomarmos mais uma xícara da infusão, ambos iremos precisar, eu para lhe contar e você para receber a notícia. — Abdus levantou e nos serviu mais chá que ainda estava fumegante sobre o fogão a lenha.— Necessito muito, pois meu corpo inteiro está tremendo, não consigo controlar, é mais forte do que a minha vontade. — Ele segurou a mão que estava livre e a apertou fechando os olhos.Senti um forte arrepio percorrer a minha espinha, como uma energia que tomou o meu corpo, acalmando cada parte dele. Respirei fundo, tomei mais um gole da infusão e percebi que estava pronta para o que viesse.— Antes de qualquer coisa me diga se você sabe onde meu filho está agora e se ele ainda vive!?— Sim! Ele é vivo e sei onde ele está agora! — meus olhos desaguaram outra vez, pois aquela revelação era a mais importante do que a do passado.O
VitóriaNão conseguia acreditar no que havia acabado de ler e parecia impossível de ser verdade, não era uma tarefa fácil naquele momento. Estava confusa com aquela revelação, era incrível demais para ser verdade.Estava ainda na sala de reunião do Conselho, após a última reunião do dia, e como o tempo fora do castelo estava muito frio devido à aproximação do inverno, decidi ficar por ali mesmo e continuar aleitura do diário. Tamanha foi a minha surpresa com o que havia acabado de ler, surgindo aquela necessidade urgente de procurar quem tinha o maior direito de saber de toda aquela surpreendente revelação.— Desculpe invadir sua sala assim, mas necessito conversar contigo e o que tenho para lhe contar não pode esperar. — Serena assustou-se com minha abrupta entrada, ela atendia um senhor com a mão machucada.Imediatamente ele levantou-se e me cumprimentou com uma reverência. Ela o aconselhou a tomar um remédio lhe entregando um vidro com o preparado, e como já tinha feito seu curativ
Último capítulo