Felipe
Enquanto segurava a mão da minha avó, sentindo sua fragilidade e ao mesmo tempo sua imensa força, senti um leve puxão na minha camisa. Olhei para baixo e vi Clara me encarando com seus grandes olhos cheios de curiosidade.
— Felipe…Ela chamou meu nome com hesitação, mordendo o lábio inferior.
— Sim, pequena? Me abaixei um pouco para ficar mais próximo dela.
Clara olhou para Hilda e depois para mim, franzindo a testa.
— A vovó Hilda… ela também é sua avó?
A pergunta pegou a todos de surpresa. O silêncio que se instalou na sala foi preenchido apenas pela respiração emocionada de Hilda e pelo olhar atento de Maria.
Eu sorri para Clara, sentindo uma ternura enorme crescer dentro de mim.
— Sim, Clarinha, ela também é minha avó.
Os olhos da menina se arregalaram em surpresa.
— Mas… ela é minha avó também!
— Sim, é! Confirmei, vendo a mente dela trabalhando para entender o que isso significava.
Ela franziu ainda mais a testa, como se estivesse tentando juntar todas as peça