Mundo ficciónIniciar sesiónNão dava para comparar aquele trânsito com Los Angeles, Nova York ou Houston , mas Phoenix também não ficava de todo para trás.
Ele estava um caco de cansado. Participou de várias reuniões e tinha acabado de sair de uma, mas não teve muito tempo para comprar um quimono então apenas trocou rapidamente de roupa dentro do escritório no prédio da empresa onde funcionava a cede de todos os empreendimentos e investimentos relacionado às suas fazendas que mantinha uma margem de lucro altíssima com distribui nacional. Aos 25 anos Alex Bahamonde já era considerado o rei do empreendimento pecuário e agrícola do Arizona e pretendia manter esse status. A “IMAT” era seu ofício, bebê e império. — Mas que merda! — tocou com força na buzina do Audi Q3 Premium branco que estava dirigindo e praguejou após levar uma fechada de uma picape. Queria ter asas para voar e pular todo o percurso apenas para cumprir logo com sua palavra de aparecer no treino que Ícaro insistiu para que fosse, e retornar logo para a fazenda. Vinte minutos de trânsito e ele agradeceu a Deus por ter chegado na academia. Não demorou a voltar a praguejar quando viu o estacionamento lotado e rodou duas esquinas para estacionar. Como era possível que houvesse tantos carros em uma academia? Ignorou qualquer resposta óbvia e seguiu pelo estacionamento. Não era a intenção ser tão babava e fingir que não conhecia algumas pessoas e até desviar de alguns rostos que reconheceu após passar pelos setores de musculação, – porque sim, ele já tinha passado o todo em algumas ali – mas ao entregar as chaves ao valete na entrada do prédio com o nome Team Masters : Cardio And Strength, ele sequer deu um “boa tarde”; apenas acenou. O humor estava péssimo após ter discutido com dois acionistas que em qualquer oportunidade passavam o investimento capital feito a sua empresa no início; investimento esse que já havia lhes rendido o dobro. Ele havia feito a proposta de comprar as ações, mas a verdade é que ninguém quer mexer em time que está ganhando, certo? Então os velhos preferiam encher seu saco a ter de largar a produção de ovos de ouro. Acenou para o valete, cruzou a entrada térrea com o pessoal da segurança vestidos calças e camisas leves com a logo de um gorila com uma coroa, símbolo da academia, mas também apenas acenou e seguiu para o elevador onde havia uma enorme faixa isolante com a placa “manutenção”. Alex respirou fundo e lutou para não dar uma resposta mal criada para um dos seguranças que falou: — O elevador está em manutenção, amigão. Vai pela escada. Tudo bem que o cara estava fazendo o trabalho dele, mas precisava dizer para ele subir com aquele tom de deboche e um sorriso sarcástico? Respirou. Talvez estivesse realmente precisando treinar para relaxar, ou tudo naquele dia iria virar um motivo para uma briga. Subiu as escadas como quem estivesse empurrando uma pedra na ladeira para pagar promessa, mas não estava pior do que quem estava descendo. A galera do Crossfit estava com aspecto de mendigos que dormem ao pé de um tonel com papelão e levaram fumaça na cara a noite toda em algum beco. Quando finalmente chegou ao último degrau e atravessou as portas de vidro, viu mais um motivo para socializar sem nenhuma vontade... Só que não, porque a recepcionista atrás do balcão foi a primeira pessoa que pareceu dar cor aquele dia cinza. O sorriso gentil e cansado o obrigou a acenar e ele teve certeza de que o breve som da voz dela causou algum efeito em seu ser. O olhar daquela mulher era diferente de qualquer outro e ao mesmo tempo tão forte e vivo que ele não conseguiu desviar... Se distraiu e em frações de segundo o dia havia mudado. Ele entrou no tatame cumprimentando e sendo apresentado, mas todas as vezes que olhava pelo espelho frontal que ascendi a do dojo para a recepção, seu sorriso era inevitável. O olhar dela estava no reflexo. Érika ficou parada por um tempo, tentando entender o que foi que aconteceu ali. Sacudiu-se mentalmente e decidiu que tudo não passou de uma breve distração por um cara naturalmente bonito. Aliás, tinham vários rolando no tatame naquele momento e ela lidava com eles todos os dias, certo? Errado. Muito errado e ela foi até o banheiro jogar uma água no rosto e respirar. De repente ficou sem ar e sentindo mariposas dançando em seu estomago descendo para o baixo ventre e resultando em uma excitação inesperada e forte demais para um instante tão comum. Não, ela não podia acreditar. Uma irritação sem explicação apossou-se dos pensamentos e ela quis chorar. Chorar? Porquê? O que estava acontecendo e de onde teria brotado aquela confusão de sensações e sentimentos? Aquele não era o momento e nem o lugar. Ela não podia se dar ao luxo de ser fraca em tantos aspectos ao mesmo tempo. Tudo o que viveu lhe ensinou que não tinha tempo para isso. E não iria ceder aquele capricho das emoções que queriam pagar de adolescente. Procurou algo para fazer em outro setor da academia apenas para se manter longe da vontade de olhar pelo espelho e ver aquele homem gostoso treinando, suando e rolando no tatame com outros homens e não com ela. Espera! O que diabos estava pensando? Ocupou a mente com o espaço de Crossfit. Foi organizar o box e tentar tirar as manchas de magnésio do chão o que era mais difícil de fazer do que falar, claro; entretanto, estaria ocupada o suficiente para não dar tanta atenção ao ocorrido. Quando ouviu a movimentação na recepção aumentar, ela percebeu que já eram 15:00 e os alunos estavam indo para o vestiário. Respirou fundo e tomou coragem para retornar a seu posto, tentando controlar o nervoso e a tremedeira. Limpar o magnésio do chão não adiantou muito porque a mente parecia estar em looping, retornando sempre ao momento em que o desconhecido passou e ela paralisou. Outra vez ela estava lá, atrás daquele balcão e tentando agir o mais normal possível a cada despedida dos Jiujitsukas Team Masters. — Érika, você poderia explicar o sistema de diárias para os nossos visitantes? — o sensei Raphael falou ao passar pela recepção e nesta feira, despedir os alunos fixos. — Posso sim, sensei. — ela respondeu tentando ser o mais natural possível e dando graças a Deus por ver que Ícaro estava com o visitante surpresa do outro lado do tatame enquanto ela explicava aos mais próximos. — Nossa equipe participa de competições oficiais de Jiu-jitsu pelo país, então todas as diárias arrecadada dos visitantes são simbólicas e investidas nas viagens de nossos atletas. O valor $10,00 dólares é para a manutenção dos competidores e para as graduações. Não há vínculo com as mensalidades. Ela estava concentrada no que fazia e por isso não notou que não era apenas o pequeno grupo de visitantes – os quais Boa parte ela já conhecia – que a observava...






