CRISTINA SANTIAGO
Quando estiquei a mão para pegar a certidão, meu coração batia mais rápido do que quando eu tentava esconder notas baixas dos meus boletins. Dois papéis em cima, só precisava afastá-los, e pronto. Era só isso. Um movimento simples.
E então o telefone do escritório tocou.
Quase tive um ataque cardíaco.
O som foi tão alto que parecia alarme de incêndio. Pulei para trás, tropecei no tapete e quase caí de bunda.
Olhei para o aparelho como se fosse uma bomba prestes a explodir. Tocava, tocava, tocava… cada vez mais insistente.
— Droga… — murmurei, mordendo o lábio.
Se eu não atendesse, poderia ser importante e causar um problema. Se atendesse, poderia ser pior. Mas, adivinha? Fiz a escolha errada. Sempre faço.
Peguei o telefone e atendi.
— Alô? — minha voz saiu meio engasgada.
Do outro lado, veio uma voz feminina, alta e azeda:
— Quem está falando?
Ela liga e eu quem devo informar quem está falando? Não seria adequado se apresentar primeiro?
— Sou… a secretár