ETHAN PETTERSON
O sol nasceu como um insulto. Brilhante, alegre e indiferente à minha miséria.
Cristina já estava acordada quando abri os olhos ardendo de cansaço. Ela estava se movendo pelo quarto com uma energia que eu não via há dias. Havia uma mala aberta sobre o pufe do closet.
Levantei-me, sentindo o peso do mundo nos ombros.
— Bom dia.
— Bom dia! — Ela soou muito... feliz. — Já arrumei quase tudo. Rosália vem me buscar às nove.
Olhei para o relógio. Oito e meia. Eu tinha trinta minutos.
Fui para o banho, tentando lavar a sensação de derrota. Quando saí, vesti uma roupa casual, recusando-me a colocar o terno de "trabalho". Mesmo que ela não estivesse aqui eu não ia trabalhar hoje. Eu ia ficar nesta casa vazia e assombrar os corredores.
Desci as escadas carregando a mala dela. Era pequena, como ela prometeu. Mas parecia pesar uma tonelada na minha mão. Cada passo em direção à porta era um passo em direção à guilhotina.
O café da manhã foi rápido e silencioso. Ela tomou apenas um s