ETHAN PETTERSON
O tempo perdeu todo o significado. Eu não saí do quarto dela. Os cinco minutos permitidos pela enfermeira se transformaram em dez, depois em trinta. Ninguém ousou me expulsar. Sentei-me em uma poltrona desconfortável que mandei trazerem para a UTI, recusando-me a deixá-la sozinha. Segurei sua mão, esfregando os dedos frios, esperando por um aperto, um espasmo, qualquer sinal de que ela ainda estava ali.
Os pais dela e Beatriz foram embora em algum momento durante a noite, levados por um dos meus motoristas, com a promessa de que eu os informaria sobre qualquer mudança. Eu fiquei sozinho com minha culpa e o silêncio dela.
NO DIA SEGUINTE...
A luz cinzenta da manhã se infiltrou pela janela da UTI, encontrando-me na mesma posição. Eu não havia dormido. A barba por fazer de ontem agora parecia mais densa, meus olhos ardiam. A enfermeira da manhã, uma mulher diferente, com um olhar prático, entrou para verificar os sinais vitais de Cristina.
— Senhor, o Dr. Henderson estará