40.
A observação de Nathan sobre não sermos normais fica ecoando na minha mente enquanto terminamos o café da manhã em silêncio.
Ele está certo.
Não há nada normal em estar sentada na cozinha caríssima de um homem que me comprou, comendo ovos mexidos, completamente mal feitos, e fingindo que isso é natural.
— O que você costuma fazer nos sábados? — pergunto, curiosa.
— Trabalhar — responde, terminando o último pedaço de pão.
— Sério?
— Sério. Ou fico aqui lendo relatórios — ele gesticula vagamente. — E você?
— Visito Daniel no hospital. Arrumo casa. Coisas normais.
Nathan assente, mas não comenta. Recolho os pratos e levo para a pia, tentando descobrir como funciona a lava-louças.
— Deixa aí — ele diz, quase num comando. — Isabella resolve segunda-feira.
— Não posso deixar a louça suja — protesto, revirando os olhos.
— Por que não?
— Porque... não é certo.
— Ann, ela é paga para isso.
— Mas não para limpar a bagunça que fizemos num sábado.
Nathan me observa com uma expres