164. Nossa Própria Bolha Longe De Tudo
“Nathan Prescott”
São três da manhã, meus olhos ardem e o zumbido do ar-condicionado da sala de espera me impede de tirar um mínimo cochilo.
Desvio o olhar para Ann, que está dormindo ao meu lado, com a cabeça encostada no meu ombro e o corpo todo torto numa posição que vai deixá-la dolorida quando acordar.
Daniel está esparramado em duas cadeiras do outro lado da sala, completamente apagado.
Isso não pode continuar. Ficar aqui não vai mudar absolutamente nada.
Passo a mão pelos cabelos da minha mulher, tentando acordá-la.
— Pequena — chamo, baixinho.
Ela se mexe, mas não acorda.
— Ann — tento de novo, um pouco mais alto.
Dessa vez, ela abre os olhos devagar, desorientada.
— Que… horas são?
— Três da manhã.
— Meu pai…
— Está estável. O médico passou aqui há meia hora e disse que não houve mudanças.
Ela assente e se ajeita na cadeira, fazendo uma careta de dor instantaneamente.
— Que tal irmos para casa? — sugiro, levantando a sobrancelha.
— Não. Eu disse