12. Um Predador Encurralando a Presa
Engulo em seco e desvio o olhar para Daniel, que observa a cena atentamente. Rejeito a ligação sem pensar duas vezes.
— Algo errado? — ele pergunta, franzindo as sobrancelhas.
— Não — respondo rápido demais, silenciando o aparelho. — É só… cobrança.
— Então por que você ficou tão nerv…
— Preciso ir — corto. — Mas volto no final de semana, ok?
— Ok — Daniel responde, me abraçando apertado. — Ann… obrigado. Por tudo. Sei o quanto você está se sacrificando por mim.
— Não precisa agradecer — sussurro, sentindo as lágrimas queimarem meus olhos. — Faço o que for preciso para te ver bem.
— Quando eu sair daqui, vou te devolver cada centavo — ele diz, sério. — Vou arrumar um emprego, vou te ajudar…
— Dan, você tem dezesseis anos — sorrio, bagunçando seus cabelos. — Sua única obrigação é estudar e ficar bom. Te amo. Até mais.
Saio do quarto antes que ele veja as teimosas lágrimas caírem. No corredor, respiro fundo para me recompor.
— Tudo é pelo Dan — repito como um mantra.