Capítulo 43 – A Manhã Depois
O quarto estava calmo, quase silencioso, iluminado pelo sol pálido da manhã. A brisa fria entrava pela janela entreaberta, agitando devagar as cortinas. Tudo parecia comum. Mas nada estava igual.Rudbeckia despertou devagar. O corpo parecia pesado, dolorido de um jeito estranho — como se tivesse travado uma batalha longa demais e também vivido um sonho que ainda queimava na memória.Ela respirou fundo, o peito apertado, e apertou os olhos com força. Por um instante, desejou que tudo fosse apenas um delírio causado pelo cansaço, pelo sangue dele, pela exaustão acumulada.Mas bastou um segundo de silêncio para que as lembranças voltassem, cruas, impossíveis de ignorar. O calor dos toques. O peso dele sobre ela. O som dos gemidos que nunca pensou que soltaria. O jeito como ele a segurava, como se não pretendesse deixá-la escapar.O rosto dela corou de imediato. O rubor subiu tão rápido que chegou a doer.