Gabriel riu, percebendo a tentativa de fuga.
— Tô, tô sim. Mas se continuar nesse ritmo, vou virar seu assessor literário. Estou quase abrindo um fã-clube.
Ela riu com mais sinceridade dessa vez.
— Gabriel... você é incrível, sabia?
Ele ergue a taça de água em um brinde improvisado.
— E você é forte. Muito mais do que imagina.
A noite seguiu entre pequenas conversas e silêncios preenchidos por pensamentos. Celina tentava ignorar a presença de um casal próximo, o que disparou um gatilho e a fez ficar inquieta. Ela não tinha certeza se era Thor, a luz era baixa, mas o modo como a mulher sorria para o homem fez algo dentro dela apertar. Era como se revivesse lembranças que, por mais que tentasse apagar, ainda estavam ali.
Gabriel, ao notar que ela olhava com frequência para a mesma direção, se inclinou levemente para trás e também lançou um olhar discreto.
— É ele? — perguntou, em voz baixa.
Celina hesitou, fingindo não entender.
— Quem?
— Aquele homem na outra mesa, pensou que era o Tho