O escritório de Lua estava frio, a luz do fim da tarde entrando em tons alaranjados pelos vidros. Lua apertou os olhos contra a claridade, os dedos tremendo levemente ao lado da xícara de café já frio. Estava silencioso, e apenas o leve zumbido do computador de Milena sua secretária quebrava o vazio. Lua olhava para as planilhas na tela, os números vermelhos gritando o óbvio: a empresa de Rodrigo estava à beira do colapso.
Alguém bateu na porta e Lua pediu pra entrar, assim que entrou Marcelo Orochimaru entrou, as mãos nos bolsos do casaco preto, seu rosto impassível. Orochimaru era o hacker que ela contratara para destruir a empresa de Rodrigo. Ele era um mercenário digital—fazia o que era pago para fazer, sem lealdade, mas também sem mentiras:
— Então é verdade, senhora Lafebret, a senhora realmente pediu pra cancelar o ataque?
Ela assentiu, e ele voltou a perguntar com aqueles mesmo olhos escuros, frios e automático sempre fixos nela, como se analisasse cada microexpressão.