Enquanto isso, em São Paulo…
Às 18h, o sol já se escondera, deixando o céu cor de chumbo. Hannah entrou no presídio sob o olhar invisível de uma câmera de zoom potente, escondida em um carro com película escura. Ignorante da vigilância, passou pelos procedimentos de segurança com um sorriso afiado.
Na cela úmida, Marco esperava encostado na parede, os braços cruzados sobre a tatuagem de uma caveira no pescoço. Ao vê-la, ergueu a cabeça com um riso que não chegava aos olhos:
— Finalmente, maninha! Quem é viva sempre aparece.
Hannah sentou-se na cadeira de metal, as pernas cruzadas com precisão de bailarina:
— Não deveria estar tão amargurado, Marco. — A voz era suave mas o olhar gelado. — Graças a mim, você não virou comida de rato nesse buraco. E sabe como faço isso...
Ele inclinou-se para frente, os nós dos dedos brancos de tanto pressionar a mesa:
— E acha que sou ingrato? Se fosse outro irmão, já teria te entregado.
Ela riu baixo, como quem ouve uma piada sem graça:
—