Mia
Eu entrei no apartamento às nove da noite, usando um blazer que valia mais do que todo o meu guarda-roupa e com a dignidade pendurada por um fio. Minha blusa social estava amassada e úmida, e o cheiro da colônia de Elijah era tão forte que parecia que eu havia mergulhado nele.
Jana estava na sala, andando de um lado para o outro.
— Meu Deus, Mia! Onde você estava? Quem te deu carona? O que aconteceu com a sua blusa? Você parece que sobreviveu a um ataque de lobos engravatados!
Eu larguei a bolsa no chão e desabei no sofá.
— Eu vou te contar uma coisa que vai te fazer rir e me fazer querer chorar — eu disse, exausta. — Eu tive que impor regras no escritório hoje.
— Regras? O que aconteceu?
Eu comecei a contar, pulando a parte do debate de Camila e indo direto para a cena da sala. O profissionalismo, a fúria dele, o trinco da porta. A confissão de que ele nunca havia perdido o controle. E a mesa.
— Jana, fizemos sexo. Em cima da mesa de reuniões dele — eu sussurrei. — E ele arrancou