47. Uma Conversa Molhada e Uma Busca Desesperada
Eu ainda estava na banheira, deixando a água quente aliviar minhas tensões, quando ouvi batidas leves na porta. Era claro que só poderia ser Alexander. Sua voz calma atravessou a madeira com precisão cirúrgica.
— Charlotte, seu telefone não para de tocar. Acho que pode ser urgente.
— Quem é? — perguntei, tentando soar indiferente.
— Um número não registrado.
Eu bufei, irritada com a interrupção, mas a curiosidade venceu. Enrolei-me na toalha e abri a porta. Alexander estava parado ali, com o celular na mão, impecável como sempre, mesmo àquela hora da manhã. Peguei o telefone com um aceno e olhei para ele.
— Atende e põe no viva-voz, minhas mãos estão molhadas. — Fiz um gesto vago com a toalha, fingindo casualidade.
Ele obedeceu, e a voz que emergiu do outro lado era masculina, educada e… familiar.
— Alô? Charlotte?
Meu nome ecoou, e uma pontada de surpresa percorreu meu corpo.
— Sim, sou eu. — Minha resposta saiu mais ríspida do que eu pretendia.
— Bonjour, aqui é Nadir Duboi