Everton Narrando
Acordei com o cheiro de café fresco invadindo o quarto, misturado ao perfume suave que vinha do travesseiro ao meu lado — o perfume dela. Priscila já tinha saído da cama, mas o lençol ainda estava quente com o calor do corpo dela, e por um momento, eu só fiquei ali, com os olhos fechados, sorrindo sozinho.
A lembrança da noite anterior era mais do que suficiente pra fazer meu peito acelerar. Mas o que me pegava de verdade era o jeito como ela me olhou depois, deitada ali, com o rosto colado ao meu peito, como se o mundo inteiro coubesse naquele instante. Eu queria mais daquilo. Mais dela.
Levantei devagar, calcei a bermuda e segui o som dos talheres e da voz suave cantando alguma música baixa. Quando cheguei à cozinha, encontrei a cena mais bonita que eu podia imaginar: Priscila de costas pra mim, usando uma camisa minha — e só. O cabelo preso num coque bagunçado, o corpo movendo-se com naturalidade enquanto ela preparava o café.
Encostei no batente da porta, de braç