Sophie Narrando Eu não ia deixar isso barato. Não depois da humilhação que Priscila me fez passar. Como ela ousa, na frente do Everton, me desafiar daquele jeito? Como ela ainda acha que pode ficar com ele?Eu a observei enquanto ela se dava o gosto de achar que estava no controle, mas eu sabia que não era assim. Eu sempre fui a preferida dele, sempre fui quem ele queria. E aquela mulher... aquela simples vendedora de loja não passava de uma distração. Ela não ia conseguir manter Everton por muito tempo, eu sabia disso.Então, quando vi a chance, eu a provoquei. Falei do jeito que ela odiaria ouvir, sabendo que cada palavra minha atingiria diretamente a insegurança dela. Mas o que me surpreendeu foi a reação dela. Ela não ficou no canto, não se fez de coitadinha. Ao contrário, ela respondeu com aquela arrogância, com aquele veneno no olhar que me fez perceber algo.Ela não estava mais com medo de mim.E isso, sinceramente, mexeu comigo. Porque até agora eu sempre soube como jogar com
Everton narrandoAssim que a Sophie saiu, com aquele ar de vitória falsa, eu não consegui segurar. Comecei a rir. Baixo no começo, depois mais solto. Como se todo aquele teatrinho dela tivesse sido uma comédia de quinta categoria. Se ela acha que eu ainda caio naquele papinho furado, tá muito enganada.Ela pode ter sido meu passado, mas a Priscila… a Priscila é o que eu quero no meu futuro. E não é só por desejo, não é só porque ela me tira do eixo com aquele olhar determinado e aquele sorriso de canto que me desmonta. É porque, pela primeira vez em muito tempo, eu vejo sentido em construir algo real com alguém.Sophie pode tentar o que quiser. Pode aparecer na loja, provocar, sussurrar lembranças antigas, se fazer de vítima ou de tentação. Mas eu mudei. E o que eu tive com ela não chega nem perto do que eu sinto quando tô com a Pri.Ela é mãe, é forte, batalhadora. Ela me desafia e me faz querer ser melhor. E, mesmo que tenha mil obstáculos no caminho, o meu único foco agora é reconq
Priscila Narrando Quando o Everton me abraçou, meu corpo reagiu antes da minha cabeça. Era como se uma parte de mim tivesse esperado por aquilo… mesmo que a outra parte gritasse para eu recuar.O toque dele ainda era familiar. Forte. Protetor. Mas dessa vez, havia algo diferente. Não era só desejo. Era entrega. Era arrependimento. E também algo que eu tentava evitar: sentimento.Me afastei devagar, olhando nos olhos dele. Eu precisava manter o controle. Precisava lembrar tudo o que passei. Tudo o que chorei. Tudo o que me prometi depois que a gente se separou.— Everton... — minha voz saiu mais baixa do que eu esperava — não confunda esse abraço com perdão. Ainda tem muita coisa mal resolvida entre a gente. Eu ainda tô machucada. Ainda tô confusa. E ainda tô com medo.Ele assentiu com um olhar firme, mas respeitoso. E isso mexeu comigo mais uma vez. O Everton de antes teria forçado, teria argumentado, teria dado um jeito de me convencer. Esse... só ficou ali. Presente. Me ouvindo.—
Sophie Narrando Eu sabia que a Priscila não ia me deixar tomar o lugar dela tão fácil. Ela é teimosa, obstinada... e um pouco orgulhosa, o que eu sempre admirei nela — pelo menos quando ainda estava no meu jogo. Mas agora? Agora era pessoal.Fui até a loja novamente. Afinal, eu não poderia deixar ela achar que estava ganhando. O que ela não sabia é que eu tenho paciência. Tenho tempo. E sempre dou um jeito de alcançar o que quero.A Priscila me olhou com aquele olhar desconfiado quando entrei pela porta. Ah, eu sei como me comportar quando preciso, como causar aquela tensão sem que ninguém perceba. Fiz questão de ser “simpática”, como se nada tivesse acontecido. Fiz questão de ser charmosa, com aquele sorriso de quem não está nem aí.— Oi, Pri — falei, de forma doce, como se fosse apenas mais uma cliente. — Vi umas coisas novas aqui na loja. Queria ver se você me ajuda a escolher.Ela não respondeu de imediato, mas eu vi a maneira como ela me olhou. Sabia que ela sentia a tensão no a
Priscila Narrando Me chamo Priscila e tenho 27 anos. Sou loira, de cabelos lisos que caem até a metade das costas, olhos verdes que todo mundo sempre diz que chamam atenção e eu confesso que já usei isso a meu favor mais de uma vez. Meus cílios são naturalmente longos, o que me poupa alguns minutos na maquiagem, e minha boca... bom, já ouvi que é bonita demais pra ficar calada. Meu corpo? Sempre cuidei dele. Nada exagerado, mas o suficiente pra me sentir bem quando me olho no espelho e fazer alguns olhares se virarem quando passo. Não sou perfeita, mas tenho meu charme. E aprendi, depois de tudo que vivi, que esse charme vai muito além da aparência.Hoje, além de ser mãe de um menino incrível, sou gerente de uma loja. Uma mulher que já amou, que já se decepcionou, mas que decidiu recomeçar. O que eu não esperava... era que o passado, em forma de um CEO arrogante e sexy, fosse bater na minha porta. Ou melhor, entrar pela porta da loja. E bagunçar tudo outra vez.Lembro como se fosse
Everton Narrando Me chamo Everton, tenho 31 anos e aprendi cedo que nada nesse mundo vem de graça. Cabelos castanhos escuros, olhos da mesma cor intensos, dizem. Minha barba é sempre bem feita, porque eu gosto de manter tudo no controle, até a imagem que passo. Corpo definido, porque disciplina é algo que levo a sério tanto nos negócios quanto na cama. Não nasci em berço de ouro. Conquistei tudo o que tenho com estratégia, suor e, sim, uma boa dose de frieza. Hoje, sou CEO de uma das empresas mais promissoras do setor, com contratos milionários, viagens internacionais, e mais gente querendo minha atenção do que eu consigo contar.Mas nada disso importa quando eu penso nela.Priscila.A mulher que eu deixei pra trás quando ainda era um ninguém tentando se tornar alguém. A mulher que, mesmo depois de anos, ainda habita meus pensamentos nas noites mais silenciosas. Eu construí um império... mas o trono parece vazio sem ela.Voltei não só pelo sucesso. Voltei pra buscar o que realmente
Priscila Narrando O dia tava corrido na loja. Eu tava ocupada com estoque, notas, clientes, tentando manter a mente longe dele. Do maldito Everton. Mas era impossível. Desde que ele apareceu, eu me sentia como se tivesse acordado dentro de um terremoto emocional. Um caos silencioso por dentro.Então o motoboy chegou.— Entrega pra gerente — ele disse, e me estendeu uma caixinha pequena, sem remetente.Arqueei a sobrancelha, estranhei, mas aceitei. Voltei pro escritório, fechei a porta e sentei com a caixa sobre a mesa. Meu coração já começou a bater mais forte antes mesmo de abrir. Tinha algo ali. Algo que me chamava como se já fosse parte de mim.Abri a tampa devagar.O lenço.Meu lenço.Azul claro, com meu cheiro de anos atrás… um cheiro que ele não devia mais lembrar. Mas lembrava. E guardou.Engoli seco. Meus dedos tremiam quando toquei o tecido. Eu não usava aquilo desde… desde as noites com ele. Quando o mundo lá fora era pesado demais e o peito dele era o único lugar que fazia
Everton Narrando Eu sempre soube o que queria. Desde pequeno, vi o que o mundo tinha a oferecer e, ao invés de aceitar a vida como ela era, decidi moldá-la do meu jeito. O caminho não foi fácil, mas nada realmente valioso é. E aqui estou, com 31 anos, meu próprio império, e as pessoas que nunca acreditaram em mim agora se curvam. Mas, no fundo, não é disso que eu preciso.O que eu realmente preciso… é dela.Priscila.Sempre foi ela. Mesmo quando eu tentei me convencer de que a vida profissional, o sucesso e o reconhecimento eram o suficiente, havia um buraco. Um vazio. Algo que eu não conseguia preencher. E, honestamente, nunca pensei que fosse encontrá-la de novo, depois de tudo que aconteceu. Mas o destino tem seus próprios planos, e, por algum motivo, ele me trouxe de volta pra ela.O cheiro do perfume dela ainda paira no ar quando fecho os olhos. O som da risada dela, aquele jeito despreocupado, como se nada no mundo pudesse quebrar sua essência. Mas eu sabia que ela estava quebr