Sr Carter Narrando
A casa tava mais silenciosa do que o normal naquela manhã. O hotel fazenda era sempre cheio de movimento quando toda a família se reunia, mas ainda assim, era como se algo estivesse fora do lugar. Fui procurar Luísa — minha mulher, minha parceira de guerra, de vida, de amor.
Encontrei ela sentada na varanda do chalé, com a TomTom no colo, fazendo careta e gargalhando com a neta. A cena era linda… mas eu conheço a mulher que eu tenho. E o sorriso dela não tava completo.
— Amor… onde você tava? — perguntei, encostado no batente da porta.
Ela nem olhou pra mim, só continuou fazendo um aviãozinho com a colher de fruta pro neném.
— Aqui, brincando com a nossa princesa. Olha esse sorriso, Arthur… coisa mais linda do mundo.
Me aproximei, puxei uma cadeira e sentei ao lado dela. Cruzei os braços, observando de perto.
— Tá acontecendo alguma coisa? — perguntei, direto.
Ela riu baixinho, sem graça.
— Não, homem… tô só aqui, curtindo a neta. Não posso?
— Pode — falei, com a v