Karen narrando
Acordei com um desconforto estranho. Não era dor exatamente, mas uma pressão que vinha e ia. Me mexi devagar na cama, tentando encontrar uma posição melhor, mas quando levantei pra ir ao banheiro… senti. Um estalo abafado, seguido por um líquido quente escorrendo pelas minhas pernas.
— Meu Deus… — sussurrei, ofegante, segurando a barriga. — Estevão!!!
Ele apareceu na porta num pulo, com o cabelo todo bagunçado e os olhos arregalados.
— O que foi? Tá tudo bem? — perguntou, vindo até mim.
— A bolsa… estourou. O bebê… tá vindo!
Ele empalideceu na hora, mas rapidamente assumiu o modo “missão emergência”. Pegou a bolsa da maternidade que já tava preparada no canto, calçou o tênis de qualquer jeito e me ajudou a sentar na cama.
— Calma, amor, vai dar tudo certo. Respira comigo — dizia, enquanto tentava ligar pro médico e me acalmar ao mesmo tempo.
Logo Ana Kelly entrou no quarto, ainda com o pijama, mas já com a chave do carro na mão.
— Eu vou junto! Não vou perder o nascimen