Anthony Narrando
Acordar ao lado da Ana Kelly todos os dias ainda me parece um privilégio. Um mês se passou desde aquele dia marcante na nossa vida, e hoje ela é outra mulher. Ainda doce, ainda carinhosa, mas com um fogo nos olhos que impõe respeito. E eu sou completamente apaixonado por cada parte dela.
Hoje foi mais um daqueles dias em que o despertador nem precisou tocar. Acordei com ela se espreguiçando, os cabelos bagunçados caindo pelas costas, e um sorriso preguiçoso no rosto. Ela levantou, colocou a camisola no lugar e foi direto pro banheiro. Fiquei ali, observando pela fresta da porta entreaberta enquanto a água do chuveiro caía sobre ela, e tudo o que eu conseguia pensar era em como essa mulher virou o centro da minha vida.
Quando saiu do banho, já com uma toalha no corpo, ela passou hidratante nas pernas, tomou o remédio que ainda precisava e passou a pomada na região da cicatriz, tudo com naturalidade. Não reclamou de dor, não pediu ajuda. Fez tudo sozinha, com uma calma