Brenda Narrando
O relógio marcava exatamente 15h.
Meu coração batia forte, mas não era medo. Era a antecipação. O gosto da vingança amadurecendo na minha boca.
Peguei o telefone fixo da casa e disquei o número do presídio, usando a autorização especial que o senhor Duarte tinha conseguido pra mim.
Tudo estava esquematizado.
O telefone chamou três vezes até ser atendido.
Ligação On
— Presídio Central. Quem deseja? — a voz do agente do outro lado era seca.
— Brenda Rodrigues. Tenho autorização para falar com o interno Vinícius Duarte — respondi, firme.
Alguns segundos de espera, até que a linha mudou.
Do outro lado, uma respiração pesada. Eu reconheceria aquele jeito em qualquer lugar.
— Brenda... — a voz do Vinícius saiu arrastada, como se cada palavra pesasse.
Fechei os olhos por um instante. Era ele. Ainda era ele.
— Estou aqui, Vini — respondi. — Escuta, não temos muito tempo.
O plano todo já tinha sido plantado na minha cabeça pelo senhor Duarte, semanas antes. Eu precisava agir