— Que porra é essa? — ele perguntou com a sua voz ficando mais grave e baixa.
Eu abri a boca e fechei algumas vezes sem responder, eu desviei o olhar para as minhas coisas e as juntei pegando elas do chão e guardei dentro da bolsa o mais rápido possível, levantando em seguida e finalmente respondendo. — É um feitiço. Você e eu estamos sob o mesmo feitiço... Eu acho. — O quê? — Ele olhou para a corrente na minha pulseira e praticamente rosnou a próxima pergunta. — Uma amarração? Eu queria poder negar, mas era uma coleira com uma corrente ligada ao meu pulso, mesmo que não fosse uma amarração propriamente dita como as pessoas não bruxas conhecem, com certeza era um feitiço de amor ainda pior. — Não olhe para mim assim, não foi eu quem saiu cheirando as coisas dos outros! — Você fez de propósito! — ele gritou. — Eu não lembro de obrigar você a pegar o frasco! — gritei de volta. — Você manipulou isso. Do contrário, então por que me seguiu até aqui e derrubou as suas coisas de forma tão idiota? Você sabia o que estava fazendo! — Isso não faz sentindo nenhum, não é como se eu quisesse ficar acorrentada com um idiota igual você! — Por dinheiro, talvez? Conheci muitas pessoas do seu tipo! — Ele falou tão zangado que seu rosto e pescoço estavam tomados pela cor vermelha. Eu estava tão brava com ele que senti toda a minha cabeça esquentar, era um absurdo ouvir esse tipo de coisa, quando claramente Gabriel é o único culpado por essa situação! — E que tipo é esse? Vamos diga! — exigi com fogo nos olhos. — Vadias interesseiras. Eu quis bater nele, apenas alguns t***s e arrancar uns tufos de cabelo para recordação. — Nem mesmo uma vadia interesseira aguentaria ficar presa com um babaca arrogante como você. — Ri sarcastimente. Ficamos em silêncio depois disso, talvez fosse um consenso entre nós que precisávamos de um momento para não explodir de ódio. Esse mal entendido está indo de mal a pior, eu não me importo mais com a verdade que esse imbecil iventar na cabeça dele, eu só quero desfazer esse feitiço. Gabriel soltou um suspiro muito profundo e massageou a ponte de seu nariz, em seguida ele caminhou para o lado e sentou no sofá suspirando mais uma vez com as mãos no rosto. — Primeiro, desfaça isso. — disse ele. Eu quase respondi "Com prazer" sem pensar duas vezes, mas então a fixa caiu e eu precisei sentar no sofá oposto à ele. Eu não acredito que havia esquecido de um detalhe como este, o pior realmente havia acontecido, eu não sei como desfazer o feitiço. — Então? — Sem a minha resposta, Gabriel insistiu. Juntei as mãos para perto do corpo em meu colo, completamente murcha, eu disse com um fio de voz: — Não sei. — Eu não ouvi o que você disse. — Eu disse que eu não sei! O silêncio foi pesado, eu não sabia quem estava pior, claro, eu estava pior. Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo comigo, eu não devia ter mexido nas coisas da bisa Marrie. — Como você não sabe? — A voz de Gabriel estava arrastada, saindo pelos seus dentes cerrados. — Isso não é seu? — Eu não fiz esse feitiço, como eu disse, não era minha intenção fazer com que você fosse enfeitiçado. — expliquei. — Por que você tinha isso com você se essa não era a sua intenção? — Eu pretemdia estudar ele, tudo bem? Eu o encontrei e não sabia o seu efeito, então eu o levaria para estudar com uma amiga depois de sair daqui. — Você tem certeza que não sabe uma forma de quebrar esse feitiço? Eu poderia falar com quem fez o feitiço, mas isso seria falar com a bisa sobre o assunto. Eu senti um arrepio só de imaginar, não, eu posso encontrar uma maneira com Mabel e terminar com isso sem que a bisa tenha uma pista do que aconteceu. — Tenho. — respondi.Me ouvindo, Gabriel levantou do sofá e andou para a saída, eu o assisti um tanto confusa.