Capítulo 5

Caine

A tarde se arrasta entre contratos, reuniões e chamadas em videoconferência que poderiam muito bem ter sido resolvidas com um e-mail. Meu assistente fala sem parar sobre uma fusão importante, mas tudo que consigo pensar é...

Naquela professora.

Aparentemente feita de açúcar, glitter e algum tipo de substância ilegal que a faz sorrir com tanta facilidade logo pela manhã.

Deus, como alguém pode ser tão... ensolarada?

E por que, em nome de tudo que é sagrado, isso está grudado na minha mente feito post-it na testa?

Laura Hart.

A mulher que quase me cegou com um sorriso e um laço na cabeça. E que disse “bom dia” como se fosse um convite pra pecar.

Que droga foi aquilo?

Eu não devia estar pensando nisso. Tenho uma reunião com investidores japoneses daqui a pouco e minha cabeça deveria estar cheia de gráficos, metas e palavras em outras línguas. Mas não. O que vem é a imagem dela, sentada naquela cadeirinha minúscula, com as pernas cruzadas, uma caneca de unicórnio na mão e aquele sorriso aberto, do tipo que faz até o mais rabugento sentir calor no peito. Ou, no meu caso, em outro lugar.

Inferno.

Tiro o paletó e afrouxo a gravata. Está calor aqui ou fui eu que enlouqueci?

Ela não fez nada demais. Nem se insinuou. Só falou comigo do jeito que provavelmente fala com todos: leve, gentil, risonha.

Mas talvez tenha sido exatamente isso.

Ninguém fala assim comigo.

Ninguém me olha como se não tivesse medo. Como se não me visse como uma bomba-relógio prestes a explodir. Como se meu mal humor não a afetasse nem um pouco.

Ela me olhou como se eu fosse… só um cara.

Um cara que foi levar o sobrinho na escola e lhe deu um muffin.

A parte racional de mim diz que estou apenas projetando, que minha mente cansada está buscando qualquer distração do caos. Mas a parte menos racional, que anda um pouco mais interessada, confessa: fazia tempo que eu não me sentia... atiçado.

Porque Laura Hart é bonita sim. Mas não é só isso. Ela tem algo que incomoda — no melhor sentido. Me desarma. Me tira o foco.

E eu odeio perder o foco.

Ou talvez... nem tanto.

Quando Elijah falou dela com brilho nos olhos, achei que fosse só mais uma daquelas professoras doces, que falam com voz aguda e fazem coraçãozinho com a mão. Mas agora eu entendo por que ele a ama.

Ela tem um dom. Um jeito que não dá pra fingir.

Mas o pior — ou o melhor — é que ela me olhou por completo. Como se enxergasse algo além da fachada do CEO mal-humorado. E por um momento... eu quis que ela visse tudo.

Quis que ela gostasse do que veria.

E isso… é novo.

Quase perigoso.

Pego o celular sem pensar e abro a câmera de segurança da escola — sim, eu sou controlador e pedi acesso as câmeras segurança instaladas para monitoramento só por precaução. Nathan me mataria se eu deixasse algo escapar com o Eli.

Mas a verdade é que olho porque quero vê-la mais uma vez.

Ali está ela, no pátio, ajudando um aluno a colar uma estrela numa cartolina. E mesmo de longe, ela está sorrindo. De novo.

Como se sorrir fosse a respiração dela.

E eu, um completo idiota, fico aqui... meio excitado. Meio intrigado. Com certeza irritado comigo mesmo.

Porque Laura Hart, a mulher que canta com crianças e usa tiara de flor na cabeça, acabou de invadir minha mente de um jeito que nenhuma das mulheres que conheci — com seus vestidos caros e lábios vermelhos — jamais conseguiu.

Merda.

O telefone da minha sala toca. Minha próxima reunião começa em cinco minutos.

Mas, pela primeira vez em muito tempo, eu preferia estar em outro lugar.

De preferência, num lugar calmo, sem estresse... e na com uma professora de sorriso fácil que me provoca de um jeito que nem sabe.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP