O jantar começou em um clima de expectativa e magia. No horário combinado, o motorista da mansão chegou para buscar Malú. Enquanto o carro avançava pelas ruas iluminadas de Goiás, seu coração acelerava, ansioso para descobrir o que Ravi havia planejado.
Ao chegar ao destino, Malú viu Ravi parado na entrada do restaurante, visivelmente ansioso. Ele estava impecável em um terno escuro, com aquele sorriso que a conquistara desde o primeiro encontro — mesmo quando ela temia o mundo inteiro. Malú lembrava como aquele sorriso equilibrava sensualidade e doçura, lhe transmitindo uma incrível e aquecedora sensação de refúgio e segurança. Agora, ao aproximar-se dele, entendia plenamente por que se rendera: ali estava sua paz. E naquele momento, o sorriso dele transbordava admiração ao vê-la descer do carro. Ravi aproximou-se imediatamente, segurando sua mão com firmeza carinhosa: — Não tenho palavras para descrever sua beleza esta noite, princesEnquanto Ravi beijava Malú, ela deixou escapar pequenos gemidos que incentivaram ele a aprofundar o beijo. Ele a ergueu no colo com facilidade, enquanto ela o abraçava pelo pescoço, seus lábios recusando-se a se separar. Com cuidado, Ravi a levou até a cama, deitando-a suavemente sobre as pétalas. Seus dedos traçaram o contorno do rosto dela, os olhos capturando cada detalhe como se fosse a primeira vez. Malú, entregue ao momento, deslizou as mãos para os botões do paletó e da camisa dele, desabotoando-os com lentidão deliberada. Os músculos tensos e quentes sob suas mãos fizeram seu coração acelerar. Ravi, por sua vez, deslizou o zíper do vestido, deixando o tecido escorregar pelos ombros dela. Parou por um instante, a respiração entrecortada, para admirá-la. — Você é perfeita, Malú. Sempre será. Ela sorriu, o rosto levemente corado, e o puxou para mais perto. Seus toques eram uma mistura de amor e desejo, como se cada carícia fosse
Ao amanhecer, após acordarem, Ravi e Malú voltaram para a mansão. Ao chegarem, foram recebidos com sorrisos pelas empregadas Gabriela, Fernanda e Camila, a governanta, e Olga — que havia sido avisada por Ravi de que o casal só retornaria no dia seguinte — desconfiavam que ele preparara uma surpresa especial. Assim que entrou, Malú compartilhou a novidade: — Ravi me pediu em casamento! Estamos noivos! As empregadas explodiram em alegria, abraçando o casal. Olga chorou de felicidade, emocionada por ver Malú finalmente segura e longe das sombras do passado. Malú abraçou-a e beijou seu rosto, agradecendo por tê-la guiado até alguém como Olga, que sempre lhe oferecera amor incondicional. — Vamos planejar o casamento! — sugeriu Gabriela, animada. Ravi, sorrindo, deu um beijo no rosto de Malú e disse: — Preciso contar ao Heitor que tudo foi perfeito. E também quero avisar toda a família Castellani. <
Muitos dias depois da noite em que Ravi fez o pedido, Diana e as irmãs dele começaram a ajudar Malú a escolher os detalhes do casamento: decorações, igreja... Ela queria que fosse na mesma catedral onde seus pais se casaram. Marcaram a data para três meses depois, embora Ravi desesperadamente quisesse reduzir para um mês. — Um mês é pouco demais para tanta coisa — disse Malú, rindo, enquanto se levantava do sofá. — Além disso, não entendo tanta pressa. Já está tudo certo, meu querido. Ravi puxou-a pelo braço, fazendo-a sentar em seu colo: — Minha pressa, linda, é que, com os preparativos, você fica tão ocupada que esquece de mim. Nem me deixa tocar em você direito — murmurou, os dedos acariciando seu queixo. Malú segurou seu rosto com as mãos, brincando: — Como você é carente, amorzinho! Dona Diana te mimou demais, sabia? Ele riu, su
Assim como Gabriel havia prometido a todos, após algumas semanas, voltou ao Brasil. A primeira pessoa que foi visitar foi Malú. Ele estava ansioso para vê-la e saber como ela e May estavam — e, principalmente, descobrir o que Breno Ramírez queria na casa dela. Alguns dias antes de sua volta, Malú contara sobre a visita surpresa de Breno. Gabriel ficara intrigado. Não via ou falava com o pai há quase dois anos, desde a briga que tiveram antes dele começar a procurar por Malú. Não fazia ideia do que Breno queria. Agora, estava diante de Malú, exigindo saber o que o pai dissera. Ela contou tudo, detalhe por detalhe, deixando Gabriel perplexo. — Breno disse que realmente amava nossa mãe? — perguntou ele, incrédulo. — Foi o que afirmou — respondeu Malú. — Disse também que não me levou embora porque não suportaria ver nossa mãe sofrer. Mas, é claro, não acreditei. Só não entendo por que quer se aproximar agora. Será que só deseja me atormentar? Gabriel balançou a cabeça, pensativo
Gabriel ainda estava de pé, os olhos estreitados diante das palavras de Breno Ramírez. Sabia que o pai escondia algo importante, mas a resposta demorava, e sua paciência se esgotava. — Por quê? — exigiu, cortante. Ele ecarando o filho tentou falar algo:— Gabriel, preciso primeiro… — Perguntei por quê, senhor Breno Ramírez? — repetiu, a voz carregada de desconfiança. — E não tente me enrolar, não sou um investigador atoa. Conheço mentiras a quilômetros de distância. Se inventar algo, vou saber! Breno suspirou, passando a mão pelo rosto enrugado. Ergueu os olhos para o filho, e um tom melancólico e rouco tomou sua voz: — Você conhece mentiras, Gabriel… mas saberia reconhecer uma verdade se estivesse diante de uma? Gabriel franziu a testa, a raiva dando lugar a uma hesitação fugaz. — Do que está falando, Breno? O homem recostou-se na cadeira de rodas, um suspiro pesado escapando-lhe: — A verdade, filho… Quer mesmo saber? Estou morrendo. Os médicos me deram apenas mais
Malú não conseguia desviar o olhar de Breno. Mesmo em poucos dias desde que o vira pela última vez, sua aparência parecia ter mudado. Ele estava ainda mais pálido, mais frágil, como se o peso dos anos e da doença tivesse avançado rapidamente sobre ele. Era estranho ver aquele homem, que, segundo Gabriel, fora um dia tão imponente. Mas ela não se deixou comover tão facilmente.Virou-se para Gabriel, séria, a voz carregada de ressentimento.— Ravi jamais teria deixado você me trazer aqui se soubesse para onde estava me levando — afirmou. — Você sabe muito bem que a presença desse homem não me faz bem.Gabriel sustentou o olhar da irmã, mantendo-se firme.— Ouça, Malú… Apenas dê uma oportunidade para ele. Escute-o com atenção. Depois, se quiser julgá-lo, julgue-o como quiser, e se quiser me odiar por isso, tudo bem, terei que aceitar. Mas eu precisava fazer isso, minha irmã, e só entenderá por quê quando o ouvir.Ela permaneceu em silêncio, cerrando os punhos ao lado do corpo, enquanto
Algum tempo depois, com ambos conversando mais tranquilamente, Breno Ramírez, já mais aliviado, mostrou a Malú tudo o que guardara de Sofia: fotos, cartas, lembranças que mantinha com carinho, como se ainda tentasse honrar o amor perdido. Naquele momento, Gabriel entrou no escritório com May no colo. A pequena parecia curiosa com o ambiente novo e, ao ver Malú, estendeu os bracinhos. Breno olhou para a menina e perguntou, sorrindo: — Não me diga que essa é a outra filha de Sofia? Malú sorriu, a expressão refletindo a paz de um coração que finalmente cicatrizava: — Sim, pai. Ela é nossa irmãzinha. Esta é Maila. Breno sorriu com ternura, aproximando-se para fazer afagos em May, que o encarava com olhos brilhantes de curiosidade. Gabriel, intrigado com Malú chamá-lo de "pai", arqueou uma sobrancelha: — Pai? — Sim, Gabriel. Pai… nosso pai. O sorriso de Gabriel alargou-se. Movido pela felicidade do momento, abraçou Malú e Breno ao mesmo tempo. — Nossa, Malú… Não i
Enquanto isso, dentro do carro, Malú estava tão nervosa quanto Ravi. Seu coração batia acelerado, as mãos suavam, e a ansiedade ameaçava dominá-la. Quando chegou à porta da catedral e ouviu os primeiros acordes da marcha nupcial, sentiu as lágrimas brotarem em seus olhos — não de medo, mas de gratidão por aquele momento tão sonhado. Antes que pudesse ceder à emoção, Olga sussurrou ao seu lado, segurando-lhe o véu com carinho: — Agora não, querida! Olha a maquiagem! Malú riu entre lágrimas, respirando fundo. O ar carregava o perfume das flores do bouquet, e o sol dourado da tarde banhava a entrada da capela como um sinal de benção. Ela então segurou firmemente as mãos de Eduardo e Breno Ramírez, decidida a entrar com os dois. Eduardo, o homem que ajudara a moldar Ravi no marido amoroso que ele era hoje, e Breno, seu pai biológico, que, mesmo tardio, encontrara redenção. Juntos, simbolizavam o passado e o futuro se unindo em harmonia. Quando finalmente começou a caminhar pelo