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CAPÍTULO 4 – LUA CONSEGUE A VAGA 

Ao entrar na sala de reuniões, Lua sentia-se nervosa, mas determinada a dar o seu melhor. Aquele momento era crucial não só para a empresa, mas para seu futuro.  

Enquanto organizava os materiais, observou Rodrigo e Júlio revisando documentos com expressões severas.  

— Precisamos que essa reunião transcorra sem contratempos, senhorita Fernandes. Entendeu? — Rodrigo fixou-a com intensidade glacial.  

— Estou aqui para ajudar, senhor. Se possível, informem-me se há pontos específicos que preferem priorizar na tradução. — Sua voz manteve-se firme, embora o coração martelasse contra as costelas.  

O olhar do CEO persistiu sobre ela como um peso físico. Antes que pudesse responder, a porta abriu-se. Hanna entrou conduzindo os sócios franceses. O choque nos olhos da secretária ao ver Lua no centro da ação foi capturado apenas por Sabrina — já a par do "sumiço" do currículo, graças a Júlio. Ao ser dispensada por Rodrigo, Hanna lançou um olhar assassino à rival antes de sair. Sabrina conteve uma risada.  

Enquanto os franceses — dois homens de ternos impecáveis e sorrisos calculistas — cumprimentavam Rodrigo, Lua notou a autoridade que emanavam. Júlio, percebendo sua tensão, tomou-lhe a mão e levou-a discretamente a um canto. O gesto não escapou a Rodrigo, cujos olhos estreitaram como facas.  

— Não tema, Lua — sussurrou Júlio, o polegar acariciando seu pulso. — Eles não mordem. — Seu sorriso era um convite à cumplicidade. — Mantenha essa postura. Como disse minha irmã: você nasceu para brilhar aqui.  

Lua seguiu o conselho de Júlio. Mantendo o sorriso, sentou-se próximo ao sócio majoritário francês, mas um frio na barriga a invadiu ao cruzar o olhar com Pierre, que a observava como um falcão avaliando sua presa.  

— Espero que essa intérprete — sendo tão jovem — possa nos ajudar a entender claramente o que é proposto aqui — comentou o francês, o sotaque carregando um desafio velado.  

Lua respirou fundo, as palavras de Júlio ecoando como um mantra. Então em um francês impecável, respondeu:  

— Je ferai de mon mieux pour que tout soit clair.  

(Farei o meu melhor, para deixar tudo claro)

A voz melódica e a pronúncia precisa arrancaram murmúrios de aprovação. Até Rodrigo ergueu levemente as sobrancelhas, surpreso.  

A reunião começou, e Lua mergulhou na tradução. Porém, ao abordarem um novo método de peeling químico, travou numa expressão intraduzível. O silêncio pesou como chumbo.  

— Senhorita Fernandes! — a voz de Rodrigo cortou o ar como um chicote. — O que ele quis dizer?  

Ela fitou-o, o desafio acendendo uma centelha em seus olhos:  

— Talvez possamos reformular: é sobre identificar mercados que se adaptem à inovação do produto, já que estão apostando em tratamentos revolucionários.  

A explicação fluente em francês fez Pierre sorrir, dirigindo-se a Rodrigo em português truncado:  

— Meus parabéns, monsieur Alcântara! Secretária bonita e inteligente!  

O elogio pintou as bochechas de Lua de rubor, enquanto Rodrigo a observava com uma expressão indecifrável.  

A tensão explodiu quando Pierre cruzou os braços:  

— Precisamos de uma abordagem mais colaborativa!  

Rodrigo ergueu a voz, impetuoso:  

— Não abriremos mão de nossas ideias para agradá-los!  

Lua, sentindo o abismo se abrir, interveio com audácia que surpreendeu até a si mesma:  

— Se me permitem... Talvez um meio-termo beneficie ambos os lados.  

O silêncio foi tão abrupto que se ouviu o zumbido do ar-condicionado. Todos os olhos — inclusive os gelados de Rodrigo — fixaram-se nela.  

— Senhor Alcântara — disse Lua, fazendo uma pausa calculada —, talvez você possa explicar sua visão de maneira mais pessoal. Isso ajudaria a criar conexão aqui.  

Rodrigo a olhou, surpreso, mas assentiu:  

— Você tem razão, senhorita Fernandes. Pierre — virou-se para o francês —, deixe-me compartilhar nossa história e o que nos levou a esta proposta.  

Após alguns minutos, Lua percebeu a atmosfera se aquecendo. Via agora um Rodrigo diferente: um homem apaixonado por sua visão, mas disposto a ouvir. Enquanto ele falava, sua voz grave e envolvente — carregada de convicção — deixou-a hipnotizada. Até Pierre inclinava-se à frente, receptivo.  

Terminada a reunião, Júlio abordou-a no corredor com um sorriso estampado:  

— Parabéns, linda! Você foi sensacional — exatamente como previra!  

Sabrina surgiu atrás deles, abraçando Lua pelos ombros:  

— Foi simplesmente incrível! Os franceses não paravam de elogiá-la.  

Lua sorriu, ruborizada:  

— Obrigada! Foi... desafiador. Principalmente quando o senhor Alcântara e Pierre quase entraram em choque.  

— Mas você mediou como uma diplomata nata — elogiou Sabrina, apertando-lhe o braço.  

Júlio encostou-se na parede, os olhos cintilando:  

— Tenho certeza de que o emprego é seu. Meu amigo pode ser teimoso, mas não quebra promessas.  

O sorriso de Lua ficou simplesmente iluminado. Por isso, Júlio continuou:  

— Sabia que você conseguiria! Você tem um jeito de sempre encontrar a maneira de alcançar o que deseja. — falou ele com olhar admirativo.  

— Obrigada, mas também tenho que agradecer a vocês, que me deram forças. Principalmente ao senhor... na verdade, nem sei como retribuir.  

Sorrindo, ele levantou o polegar em sinal positivo:  

— Comece aprendendo a não me chamar mais de "senhor". Assim me sinto um ancião!  

Sabrina concordou, rindo:  

— Isso! De hoje em diante, nada de "senhorita" também. Seremos colegas!  

Lua sorriu. Ao passar a chamá-los pelo nome, a conversa fluiu naturalmente — embora o modo penetrante como Júlio a olhava a deixasse sem jeito.  

— Você acha que os sócios aceitarão a proposta? — perguntou Lua, mudando de assunto, mas com um sorriso ainda dançando nos lábios.  

— Espero que sim. Mas independentemente do resultado, você brilhou hoje. — disse Júlio, fazendo-a sentir-se valorizada.  

Enquanto caminhavam, Lua percebeu que a reunião fora mais que um teste: uma chance de provar seu valor. Na Belle Famme, via agora um caminho de crescimento.  

— Vamos comemorar! Que tal um café? — sugeriu Júlio.  

Sabrina agarrou a ideia:  

— Perfeito, maninho! Estou morrendo por um!  

Ao passarem pela sala de Rodrigo, Lua hesitou:  

— Desculpem, preciso saber o veredito do senhor Alcântara sobre meu desempenho.  

Júlio tomou sua mão e beijou-a cerimoniosamente:  

— Como disse: ele não é mentiroso nem burro pra perder uma secretaria excelente como você. Esse emprego já é seu!  

Naquele instante, a porta do escritório abriu-se. Rodrigo, ao ver a cena, franziu o cenho e pigarreou:  

— Senhorita Fernandes, poderíamos conversar? Ou tem compromisso mais importante?  

Ela ergueu o queixo, serena:  

— Não, senhor Alcântara. Podemos falar agora.  

— Ótimo. Entre. — ordenou ele, lançando um olhar gélido a Júlio, que permanecia alheio, absorto em Lua.  

Sabrina, percebendo a tensão, arrastou o irmão pelo braço:  

— Vamos, Júlio! Esse café não vai se fazer sozinho...  

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