Mas minha mente estava longe dali. Uma movimentação à minha esquerda me fez virar o rosto. Foi quando vi.
Na parte de trás da viatura, sentada, algemada, uma mulher. Meu coração parou.
Por um instante, o mundo perdeu o som. Tudo se tornou silêncio.
Era ela. Catarina.
A mulher que destruiu minha vida. A mulher que me fez desejar a morte e, ao mesmo tempo, lutar por ela. Mas ainda era ela. O mesmo rosto — embora um pouco mais magro. Os olhos ainda tinham aquela luz que me despedaçava. Meus pés se colaram ao chão. Meu estômago revirou. Senti como se estivesse diante de um fantasma. Um fantasma que, por ironia do destino, estava tão viva quanto eu.
E ela me viu.
Seus olhos se arregalaram, e por um segundo, toda a dor do passado retornou com violência. Eu vi a dúvida nela. Vi o susto. Vi a certeza. Ela me reconheceu.
E isso foi demais para mim. Senti as pernas falharem. Me apoiei no corrimão da escadaria. O ar me faltava. Ivana se aproximou às pressas, confusa.
— Tristan?! — ela