Celina Alves
Preciso fazer alguma coisa, ou ele vai acabar se matando de tanto beber.
Lorenzo estava largado, dormindo sentado na poltrona de couro da suíte. A garrafa de uísque estava vazia no chão. Seu rosto carregava marcas do cansaço, do álcool e da culpa. Esse homem está se afundando... e tudo por causa daquela maldita Gabrielle.
Me aproximei em silêncio, sentindo o coração bater forte. O celular dele estava sobre o criado-mudo, desbloqueado, como se o destino estivesse me oferecendo uma chance.
Agarrei a oportunidade. Toquei no aparelho e fui direto nas conversas com Gabrielle. Li por cima e senti a raiva me consumir. Sem pensar duas vezes, selecionei todas as mensagens e enviei para o meu número. Depois, apaguei todos os rastros da ação.
Se eu soubesse clonar o celular, seria mais fácil. Mas infelizmente, ainda não cheguei nesse nível. De qualquer forma, agora eu tinha o número daquela piranha.
Voltei a olhar para Lorenzo. Como ele teve coragem de beber a garrafa inteira?