O Acordo 2 SEGUNDA CHANCE
O Acordo 2 SEGUNDA CHANCE
Por: Kell velloso
PRÓLOGO

Lembro-me das nossas conversas, quando você, meu marido, se deu conta do quanto me machucou e de quando se arrependeu, da sua doce promessa de que estaríamos juntos para sempre, que ele faria o possível para não me machucar mais, de que estaria sempre ao meu lado, tanto para o bem ou para o mal, a promessa de que desejava fazer o nosso casamento dar certo, de construir uma família comigo.

Que não seríamos como os outros, que não deveríamos mais nos decepcionar um com o outro.

Tudo estava indo bem, parecia um sonho se tornando realidade.

A bonança após a tempestade, nossos momentos felizes, pensamos que tudo ficaria bem entre nós dois, que deveríamos deixar o amor tomar a frente e governar o nosso casamento, que com certeza começou erradamente, mas que aos poucos estava começando a dar certo. 

Cada palavra dita ainda estão presentes, frescas em minha memória, cada lágrima de felicidade que derramei quando senti a sua sinceridade comigo, os momentos felizes que tivemos, tudo ainda está fresco, assim como a última lembrança, a decepção e a dor que dilacerou o meu coração…

Isso não deveria ter acontecido, não, não deveria ter acontecido, mas foi uma escolha sua e agora estamos assim…

                                                        

                                                     (Heather Campbell)

Memórias

Parada na sacada do meu quarto de hotel e olhando o horizonte, sentindo o vento gélido na pele que me faz arrepiar, sinto as lágrimas começarem a rolar pelos meus olhos, a dor no meu peito ainda esta presente, por mais que eu me esforce os últimos acontecimentos ainda estão frescos na minha memória, fecho os olhos com a lembrança de ver o meu marido grudado, transando com outra mulher, foi demais para mim, a dor dilacerante junto a vergonha que me atingiu, a dor da traição, me fazendo quebrar por inteiro, é impossível esquecer essa cena, Axel me trair pela segunda vez e com a mesma vagabunda, e logo quando imaginei estarmos tão bem…

Me apoio no parapeito e respiro fundo, colocando a mão no meu peito na tentativa frustrada de aliviar a dor que estou sentindo, ainda estou entorpecida com tudo, lentamente começo a sentir o frio se tornando insuportável, então decido entrar, sei que não posso fazer mais nada, essa foi a melhor decisão que eu poderia tomar, então apenas entro e fecho a porta de vidro, e ligo o aquecedor, sento-me na ante sala e após recostar a cabeça me deixo ser vencida pelo cansaço psicológico que estou sentindo, mesmo porque ainda não me dei tempo para digerir tudo o que aconteceu, esgotada acabo adormecendo.

“Estou sentada na areia da praia, aproveitando o calor do sol, com os olhos fechados, sinto alguém se aproximar fazendo sombra, aliviando por um instante o calor, assim que abro os meus olhos vejo Axel fazendo sombra e me olhando com um sorriso quente, que aquece o meu coração, em seguida ele senta-se por trás se encaixando entre as minhas costas, me fazendo apoiar em seu peito, a sensação de felicidade me domina, ele envolve minha cintura com seus braços e escuto a sua voz rouca em meu ouvido: 

Heather meu amor, cada dia que passo ao seu lado tem me feito um novo homem, obrigado por me aceitar…

Em seguida deixa um beijo na minha cabeça e ficamos assim por alguns minutos, pouco depois ele levanta e estende a mão e me ajuda a levantar, caminhamos juntos de mãos dadas até a água para dar uma caminhada.

Sinto quando Axel solta a minha mão e me puxa para junto o seu corpo, querendo nos fundir e sela os nossos lábios, em um beijo intenso”…

Acordo com o toque do telefone, olho na tela e vejo a chamada do meu pai, mas escolho não atender, então apenas me levanto e caminho até o banheiro e paro em frente ao espelho, me olho por alguns minutos respirando fundo, mesmo com a traição Axel ainda está em meus pensamentos, nem em sonho ele me deixa em paz…

Parada e apoiada no balcão da pia, fico me olhando, estou horrível, minha mente não para de pregar peças, as boas lembranças que tive, nos últimos meses que estive casada, esse sonho venho em um momento tão difícil, porque, por quê?

Jogo um pouco de água no meu rosto na tentativa de deixar esses pensamentos de lado, e depois de alguns minutos saio, assim que olho no telefone vejo várias ligações do meu pai, do meu amigo Thomaz, da minha mãe, mas apenas desligo o telefone, não quero ser incomodada por ninguém no momento, preciso deste momento a sós, preciso refletir sobre tudo isso, sobre a minha vida, sobre estes dois anos de casamento jogados fora.

Volto para a sacada e olho em direção aos Alpes que são bastante convidativos principalmente no entardecer, essa era uma viagem que eu planejava fazer com o Axel, mas que se impossibilitou diante das circunstâncias.

Respiro fundo e balanço a cabeça tentando me desfazer destes pensamentos, confiro as horas e vejo que já está quase na hora do jantar, então aproveito para descansar, hoje não quero ver ninguém, estou com uma aparência horrível, olhos inchados, mesmo porque deixei para desabar aqui no quarto de hotel, assim não arriscava ser vista e nem que ninguém sentisse pena sem nem ao menos saber o motivo ao qual as lágrimas caiam no meu rosto. É Heather, como as coisas chegaram a este ponto? Agora é esperar para ver o que a vida te reservou a partir de agora. “Penso em voz alta”.

Alguns minutos depois aproveito para tomar um banho e assim que me sinto completamente restaurada, visto o pijama e me jogo na cama, ajusto o despertador para não perder o jantar, ainda esta cedo, mas me sinto sonolenta, então aproveito para descansar um pouco mais.

A solidão, o frio da cama me faz lembrar dos pequenos momentos felizes que tive ao lado de Axel, as noites em que saímos para nos divertir, as reuniões de negócios as quais o acompanhei, tudo lembra ele, mesmo eu estando em sentindo péssima, preciso parar com estas lembranças, mas é difícil…

Embaixo das cobertas tento afastar os pensamentos e lentamente adormeço…

Acordo com o despertador tocando, verifico a hora e vejo que esta na hora do jantar, levanto e faço o pedido, peço para entregar no quarto, mesmo porque não estou com disposição para ver ninguém, é uma sensação ruim, sempre tendo a impressão de que as pessoas podem ver através de mim, saber o porquê eu, uma mulher jovem e sozinha estar com cara de choro na maior parte do tempo, mas enfim, a vida que segue…

Assim que o jantar chega, sinto o meu estômago reclamar, sinto-me faminta como nunca, estranho essa sensação, mas deixo para lá, aproveito a minha refeição da melhor maneira, assim que termino, deixo a louça de lado e caminho até a sacada, quero observar a noite, mesmo com o vento gelado dando sinais de que a neve em breve cairá, deixando tudo ainda mais bonito, e, ao mesmo tempo, mais triste por estar sozinha, apenas com as lembranças da minha vida passada, então decido fazer uma ligação para minha mãe, ela pode me dar os melhores conselhos, e não me julgará pelo que fiz, pela atitude impensada, mas que foi necessária, mesmo porque, Axel Miller não poderia me humilhar de uma forma pior, então tudo o que posso fazer é conversar com ela e tentar aliviar essa dor no meu peito, essa angústia que está me consumindo a cada segundo, e ninguém melhor que a mulher que me deu a vida para me escutar e me dar uma palavra de carinho, conforto.

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