22 – Meu amigo

IVY CARTER

Olhei para os olhos castanhos de Dante. Estávamos no mesmo café em que estive alguns dias antes. Naquela época, saí magoada. Surpreendentemente, agora me sentia da mesma forma. Havia algo ali, algo em mim que continuava ferido. Ele estava trancando o local quando me viu.

— Ivy? O que você está fazendo aqui a essa hora? — perguntou, franzindo a testa.

— Fugindo? — respondi, mais como uma dúvida do que uma afirmação.

Ele deu um passo em minha direção, preocupado.

— Você se machucou?

Assenti, incapaz de responder com palavras. A dor não era muito nova, me sentia traída outra vez. Que irônico não? Ele hesitou por um segundo, depois abriu um pequeno sorriso, gentil.

— Eu estava indo para casa... quer vir comigo?

Assenti novamente. Ele estendeu a mão, e quando a segurei, vi ternura em seus olhos. Uma gentileza desarmante. Dante era fofo demais para o próprio bem.

Ele destrancou o carro e me indicou com um gesto para entrar. Fiz o que ele pediu, ainda se
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