Acordei com a cama vazia. O som da água parando no banheiro indicava que ele acabara de sair do banho. Olhei para o relógio: seis da manhã. Ele era o CEO, afinal, e pontualidade era uma obrigação.Pouco depois, ele surgiu, o próprio Diabo em carne e osso. Pegou seu terno cinza, com calças combinando e uma camisa branca por baixo. Observei, hipnotizada, enquanto ele se vestia. Cada músculo parecia flexionar sob o tecido enquanto ele abotoava a camisa.Vestiu o paletó com um movimento, depois amarrou a gravata com a mesma agilidade. Então, virou-se repentinamente e nossos olhares se cruzaram. Seus olhos castanhos brilhavam com ironia. Ele deu um sorriso torto e caminhou até mim.— Terminou de me olhar, Ivy? — perguntou, com a voz provocante.— Eu... eu... — gaguejei, sem conseguir encontrar palavras. Ele me puxou da cama e colou seus lábios nos meus, reivindicando-os em um beijo doce e possessivo. — Agora sim — murmurou contra minha boca — isso é algo a que eu posso me acostumar. — Bei
Caminhei até o departamento de marketing e logo avistei o Ícaro.— Senhor Mendes— chamei, com um sorriso.Ele se virou e retribuiu o gesto com um sorriso gentil, algo raro de se ver ultimamente.— Ah, não seja tão formal, Ivy. Sou apenas Ícaro para todos que trabalham comigo. — respondeu com naturalidade.Assenti, sentindo um certo alívio. Aquele ambiente era muito mais acolhedor do que o escritório frio e silencioso de Aiden.— O senhor Wolfe solicitou os relatórios da Star International — informei.Ícaro pegou o telefone, ligou para alguém e pediu que trouxessem o arquivo necessário. Em seguida, voltou-se para mim.— Vamos todos almoçar num lugar aqui perto. Você gostaria de se juntar a nós?As palavras de Aiden se repetiram na minha mente: “lembre-se de que você está indo lá apenas para pegar os arquivos. Não para fazer amizade com Ícaro. ” Que se dane.— Eu adoraria. — respondi com um sorriso.— Ótimo. Então nos encontre no saguão em uma hora. — disse ele.Assenti, peguei o arquiv
Aiden soltou minha mão e, quando olhei, vi as marcas vermelhas que ele deixara com seus dedos. Tinha apertado com tanta força que ainda doía. Ele me encarou com raiva.— O que há de errado com você? — disparei.— Por que isso ainda não está arquivado corretamente, senhorita Carter? — perguntou, ríspido.— Eu... eu ia falar com o senhor depois do almoço — respondi, nervosa, tentando manter a compostura.— Eu não te pago para deixar de lado quando entrego um trabalho. Espero que termine, não que largue pela metade. Você só teve meia hora de almoço e resolveu voltar depois de uma hora inteira! — Como eu poderia saber? Ele nunca me disse nada sobre os meus horários de intervalo. Antes que eu pudesse responder, ele gritou. — Traga um café!Assenti silenciosamente, ignorando a raiva fervendo sob minha pele. Fui até a pequena copa, preparei o café como ele gostava, forte, sem açúcar, e voltei, sentindo o peso de tantas emoções atravessando meu peito. Bati na porta da sala dele.— Entre. — mu
Olhei para os olhos castanhos de Dante. Estávamos no mesmo café em que estive alguns dias antes. Naquela época, saí magoada. Surpreendentemente, agora me sentia da mesma forma. Havia algo ali, algo em mim que continuava ferido. Ele estava trancando o local quando me viu.— Ivy? O que você está fazendo aqui a essa hora? — perguntou, franzindo a testa.— Fugindo? — respondi, mais como uma dúvida do que uma afirmação.Ele deu um passo em minha direção, preocupado.— Você se machucou?Assenti, incapaz de responder com palavras. A dor não era muito nova, me sentia traída outra vez. Que irônico não? Ele hesitou por um segundo, depois abriu um pequeno sorriso, gentil.— Eu estava indo para casa... quer vir comigo?Assenti novamente. Ele estendeu a mão, e quando a segurei, vi ternura em seus olhos. Uma gentileza desarmante. Dante era fofo demais para o próprio bem.Ele destrancou o carro e me indicou com um gesto para entrar. Fiz o que ele pediu, ainda sem acreditar no que estava fazendo. Eu
— Até mais, Ivy. — disse Dante, beijando levemente minha testa em um gesto carinhoso. Era mais um beijo fraternal do que qualquer outra coisa. Gostei de passar tempo com ele. Dante é um cara legal, fácil de gostar.— Lá vamos nós de novo... mais um dia difícil começando. — Entrei na sala de aula. Honestamente, sou capaz de qualquer coisa só para sair daqui.[...]Cheguei às indústrias Wolfe. Peguei o elevador até o último andar, onde ficava meu escritório. Tentei me manter ocupada, atrasar um pouco o inevitável. Mas sei que não vou conseguir evitar por muito tempo. Em breve, terei que encarar Aiden Wolfe, meu chefe, também conhecido como a tempestade ambulante da minha vida.Coloquei minha bolsa na minha cabine, respirei fundo e caminhei até a porta dele. Bati levemente.— Entre. — respondeu ele, com a voz abafada.Abri a porta e entrei com cautela.— Senhor, o senhor tem um almoço agendado com o Sr. Handrickson. Será para discutir a aprovação do novo cardápio do Star Internationals.
Observei minha mãe andando pelo café onde trabalhava. Ela parecia mais frágil e cansada. E ela tem apenas 35 anos. Agora estou na faculdade, no ano passado, consegui me formar mais cedo e também ganhei a bolsa de estudos.Minha mãe sempre foi minha heroína, embora ela tenha me dado uma única regra: “nunca se apaixone por um bilionário”. Ela se apaixonou e se arrependeu, pois ele a usou apenas para uma noite e a deixou lá com uma criança para cuidar.Ainda é um assunto delicado para ela, sobre o qual nunca pretendemos falar. Ela tinha apenas dezesseis anos quando me teve e largou tudo para me criar como uma pessoa responsável. Enfim... Não é como se eu fosse a pessoa mais bonita do mundo e um bilionário de repente me encontraria e se deixaria ser seduzido por meus encantos. É uma regra bem fácil de se cumprir, certo?Minha mãe sorriu para mim enquanto atendia outro cliente. Eu queria assumir o turno dela por alguns dias, pois estava livre depois das provas deste semestre. No próximo se
Acordei com o despertador tocando. Era o último dia do meu turno, e era fim de semana. Eu estaria ocupada desde cedo, e a tia Anne me mandou fazer meu pão especial. Desci as escadas e beijei minha mãe, que estava preparando o café da manhã para mim. Sentei-me e engoli tudo.Despedi-me da minha mãe e caminhei em direção ao café, que ficava a uns dez minutos de caminhada da minha casa. Entrei e logo o aroma fresco do café me atingiu. Cumprimentei a tia Anne e comecei a assar os pães. Eram oito horas quando terminei e coloquei os pães dentro das vitrines.— Mesa 2. — disse outra garçonete, amiga da minha mãe, cujo nome eu descobri ser Samira. — Entendi, Sami. — eu disse e fui até a mesa, mas precisei olhar duas vezes quando vi quem era. Era o mesmo homem de antes. Mas ele estava vestido casualmente, sem mencionar que estava com uma sensualidade de dar água na boca. Mas não pensarei muito nisso. — O que você gastaria hoje?— perguntei. — Panquecas e um copo de suco de laranja. — Ele dis
— Tem certeza de que precisa ir tão cedo? — perguntou minha mãe. — Desculpe, mãe, eu também pensei que poderia ficar, mas minha faculdade me informou que precisamos ser entrevistadas para o programa de estágio para o qual me inscrevi. Espero conseguir. É uma chance em um milhão. — expliquei a dimensão da importância disso. — Ok, querida, me ligue quando terminar e veja se você pode passar alguns dias aqui antes de começar. — Assenti. — Vou ver se consigo, mãe, sem promessas. — A abracei com força. O telefonema veio depois de duas semanas aqui. Eu não conseguia acreditar. Estava xingando a minha sorte, justamente quando pensei que poderia passar um tempo de qualidade com a minha mãe. Entrei no portão de embarque para mostrar minha passagem. Assim que me sentei, vi as gotinhas de chuva caindo na pista. Liguei o iPod e comecei a ouvir música. O avião decolou de Ottawa enquanto eu me despedia silenciosamente de casa. Mal posso esperar para conseguir o emprego e depois cuidar mel