AIDEN WOLFE

Ela me disse não.

Não só com palavras, mas também com os olhos. Com o jeito como evitou meu toque, como se minha pele lhe queimasse. Ela disse não, e ainda assim tudo dentro de mim dizia que ela voltaria. Porque ela precisava. Porque eu sou o único que pode protegê-los, ela e o irmão dela.

Mas isso não tornava a recusa menos dolorosa.

Voltei para casa naquela noite com a alma em carne viva. Senti o gosto metálico do arrependimento na língua e um nó na garganta que eu não consegui engolir nem com uísque. E Deus sabe que tentei.

Abri a primeira garrafa e tomei um gole antes mesmo de tirar o paletó. O segundo gole veio quando ainda estava de pé na sala. No terceiro, sentei no chão, encarando o vazio, ouvindo o silêncio bater nas paredes como se zombasse da minha solidão.

— Ela não quis — murmurei. — Ela olhou pra mim como se eu fosse o inimigo. Ela vai voltar... vai voltar, sim — murmuro, enquanto tomo o gole. — Não tem escolha. Mas isso não quer dizer que ela me perdoou, né