Capítulo Onze: Livre

                Quando acordei, meus irmãos já tinham saído do quarto e Tyson estava parado no corredor falando com alguém no celular.

— Eu já falei que ela está bem, relaxa cara! – Tyson fala para alguém no celular para alguém.

— Venha para o Brasil o mais rápido possível! – Tyson fala e eu forço a tosse.

— Escutar a conversa é feio Sophia! – Tyson fala e eu reviro os olhos e ele desliga a chamada

— Vamos? – Falo e ele concorda com a cabeça.

                Coloquei apenas uma calça preta de moletom e sai de casa, minha mãe já tinha ido trabalhar, mas o resto da família, já estava no galpão.

                               Quando cheguei no galpão, abri a porta e encarei os olhos assustados do homem que estava amarrado, Tyson se aproximou e levantou a manga da camiseta do mesmo, olhou para a tatuagem e confirmou com a cabeça.

— Máfia Italiana! – Tyson fala e eu pai soca a parede.

— Tudo bem, vamos fazer isso da forma fácil ou da forma difícil? – Pergunto e o homem se debate na cadeira.

                Me aproximo da mesa onde ficam os materiais usados para tortura, pego um martelo e um dos canivetes e ando até a cadeira onde ele está amarrado.

— Qual seu nome? – Pergunto puxando a cabeça do homem e fazendo a mesma bater na cadeira, ele solta um gemido de dor, mas não fala uma palavra, sorrio perversa, bato novamente com a cabeça dele e então cravo o canivete no seu ombro, fazendo o mesmo gritar de dor

— Qual é a porra do seu nome? – Pergunto girando o canivete na carne do seu ombro fazendo o corte sangrar ainda mais e ele gritar mais alto 

— Will. –  O homem fala e o encaro

— Muito bem Will, porque tentou me matar? –  Pergunto e ele nega com a cabeça 

                     Pego o martelo e levanto o mesmo, posicionando ele no joelho do Will, que a essa altura estava com os olhos cheios de medo, provavelmente ele já sabia o porquê de eu ter escolhido o martelo. Quando direcionei meus olhos para os dele, e bati com toda a força com o martelo em seu joelho, Will soltou um grito enorme de dor. A porta se abriu e Diogo passou por ela, desviei meus possíveis pensamentos direcionados a ele e continuei fixada no que estava fazendo.

— vou repetir, Will, porque você tentou me matar? –  Pergunto novamente e ele apenas grita um algo em italiano, olho para Tato que sinaliza que não foi nada além de um palavrão. 

                  Reviro os olhos e afasto o martelo novamente, dessa vez, viro ele com a parte usada para tirar pregos presos em madeiras para o joelho do Will, não espero sua reação e cravo o martelo em seu joelho, ele grita de dor, lagrimas começam a descer por seu rosto, sinto minhas mãos tremendo, mas me mantenho firme o máximo que consigo.

— Eu vim te matar, porque você é uma possível aliada da máfia russa e Henrico sabe da sua influência com o herdeiro dela, ele tem medo de que quando vocês se juntarem, possam destruir a máfia da Itália! –  Will fala e eu respiro fundo. 

— Porque eu sou uma ameaça para uma máfia? – Pergunto.

— Você realmente não sabe quão protegida foi durante todos esses anos? –  Will pergunta e eu encaro meu pai, que nesse momento já estava de pé no centro da sala andando até onde estávamos.

— Acabe com isso Sophia! –  Meu pai fala e eu o encaro, mas não questiono.

                Puxo a pistola que estava na minha cintura e atiro rapidamente na cabeça dele, matando o mesmo, minha roupa se sugou com o sangue dele que se espalhou pelo chão. Saio do galpão sem falar nada, minha cabeça doía como se fosse explodir a qualquer momento, os gritos de Will fizeram ela começar a doer quando comecei o processo de arrancar a verdade dele. 

                Chego em casa, joguei a roupa no cesto para lavar e corri para o banho, lavei meu corpo rapidamente e em seguida vesti uma regata fina e um short jeans curto, desci as escadas e vi todos sentados na sala, Tato falava com eles em um tom sério, passei por eles e fui até a cozinha, fiquei na ponta dos pés para alcançar o quite de primeiros socorros do armário da cozinha, peguei ele e coloquei em cima da mesa procurando o remédio para dor de cabeça.

                Minutos depois, meu pai me chamou para ir para a sala e me juntar com eles.

— Tomamos a decisão! – Meu pai fala e eu sento esperando ele falar.

— Faremos parte disso! – Thomas fala.

— Sempre quis ser mafioso! – Bryan fala e eu gargalho.

                Quando me virei para a porta, Diogo estava parado na mesma com uma cara nada boa, ele apenas saiu pela porta furioso.

— O que deu nele? – Tia Annie pergunta.

— Vou descobrir agora! – Falo e saio correndo.

Corro pelo morro ainda descaço mesmo, vejo F* atravessando a rua.

— Fabrício! –  Grito e ele se assusta. 

— Que foi coisa doida? – F* pergunta e eu coloco a mão na cintura dele e pego o rádio.

— Aqui é a Sophia, não deixem o Diogo sair. –  Falo e não espero o vapor que faz a guarda do morro responder. 

             Desci o morro correndo e para a minha sorte, encontrei Diogo pronto para bater no vapor que estava barrando ele.

— Cara, eu recebo ordens, só fiz o que me pediram –  O vapor fala. 

— Quem pediu? –  Diogo pergunta e eu paro atrás dele.

— Eu pedi –  Falo e ele me encara. 

— Sophia eu não estou com paciência no momento –  Diogo fala e eu suspiro.

— Eu sei, mas definitivamente a gente precisa conversar –  Falo e ele bufa.

                Andamos até a pracinha que fica bem perto da entrada do morro, sentamos em um dos bancos e senti o peso do olhar do Diogo pousar em mim, suspirei, pensando no que falar.

— Eu sei que você deve estar furioso, mas –  Começo a falar, mas ele me interrompe. 

— Eu só tenho uma pergunta Sophia. O que você sente pelo Thiago? –  Diogo pergunta e eu engulo seco, definitivamente essa era a pergunta que eu menos queria que ele fizesse. 

— Diogo –  Começo a falar mas congelo e baixo a cabeça.

— É uma pergunta simples Sophia e mesmo assim você não consegue responder! Tudo em relação ao TH te afeta! –  Diogo fala e eu respiro fundo.

— O Thiago foi embora da minha vida a quatro anos e por mais que eu queira fingir que a gente não teve uma história, eu não posso. Essa pergunta não é nada simples, se fosse eu saberia como responder! Tem coisas que eu controlo, como quem vai acertar um tiro em mim ou quando eu vou precisar mostrar meu lado ruim, mas ainda tem coisas que o tempo ficou de responder, Thiago é uma delas. Ele foi o meu primeiro namorado, minha primeira decepção e meu primeiro amor, mas isso foi a quatro anos. Eu não sou boba de achar as coisas não mudaram. Sim, eu tenho lembranças ótimas do passado que eu vivi com o Thiago, mas ele não faz parte do meu presente a anos! –  Falo finalmente soltando minha respiração. 

— Eu só preciso pensar! –  Diogo fala eu respiro fundo.

                Antes que ele terminasse de sair da praça onde estávamos, segurei seu braço e respirei fundo, tomando a decisão que talvez, colocasse meu presente em jogo por conta de alguém do passado.

— Você está livre pra ir, só vou te pedir uma coisa, não se afasta dos meninos por minha causa! –  Falo e saio andando em direção a minha casa.

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