Capítulo Trinta e Quatro: Inimigo, Do inimigo.

Na manhã seguinte, voltamos a rotina normal, Thiago foi me buscar logo cedo, finalmente havíamos terminado de coletar as provas e feito o dossiê necessário para atacarmos a máfia Italiana.

Chegamos no escritório de Kenya, e encontramos todos reunidos, para a minha surpresa, Diogo estava presente, encarei ele, que desviou o olhar.

— Que diabos ele está fazendo aqui? – Pergunto.

— Eu o autorizei a ir com a gente Sophia! – Thiago fala e eu o encaro.

— Sei que você me odeia, mas, se vão atacar as bases da máfia Italiana, eu sei bem como entrar e acredite, depois que mataram meu irmão, não tem ninguém nessa sala que queira mais acabar com isso do que eu! – Diogo fala e eu reviro os olhos.

— Que seja! – Falo e sento na minha cadeira.

                Nicolai explicou como funcionaria o plano, primeiro, iriamos até a base da máfia italiana onde eles mantem as mulheres e crianças de refém, obvio que não seria fácil, por isso, contaremos com a ajuda de uma equipe tática, que irá na linha de frente com a gente e também, uma equipe que irá desativar as armas de segurança automáticas e as câmeras, essa equipe, vai ficar na mansão.

                Além de mim, dos meus irmãos, Thiago, Tyson, Kenya, Nicolai e Diogo, também irão com a gente alguns dos melhores soldados da máfia.

                Depois de ouvir o plano, pego meu equipamento, Bryan me cutuca e faz sinal com o olhar para Diogo, dou de ombros. Arrumamos tudo e nos preparamos. Mikhail nos encontrou na sala e pediu nossa atenção.

— Essa missão, irá custar vidas, tanto do nosso lado quanto do deles, fiquem atentos, não deixem seus colegas sem proteção, somos família e nessa família, ninguém fica para trás! – Mikhail fala.

— Pelo sangue e pela honra senhor! – Respondemos em coro.

— Voltem vivos e com a cabeça do inimigo nas mãos! – Mikhail fala e então saímos.

                                                                               ***

— Okay pessoal, ativem seus comunicadores! – Kenya fala  e eu ligo o meu.

— Boa sorte! – Thiago fala, todos descem dos carros.

                Antes de entrarmos no local, Thiago segura meu pulso.

— Eu amo você, não morra! – Thiago fala e eu sorrio.

— Volte para mim ou te mato! – Falo e ele sorri.

                                                                     ***

                Kenya, eu e mais vinte pessoas nos separamos do grupo, o portão foi aos ares quando os explosivos detonaram, entramos correndo, atiramos nos guardas e chegamos a porta de entrada.

— Todos bem? – Kenya fala no comunicador.

— Hora de entrar! Vemos vocês em uma hora! – Tyson responde.

                Coloco rapidamente os explosivos na porta de entrada. Eles detonam, fazendo parte da parede sair junto com a porta.

                Mais tiros, Kenya andava do meu lado, descemos as escadas e então ouvimos choros, mais tiros e mais corpos caindo no chão. Localizamos a porta de onde vinham os choros de crianças.

Vamos entrar Sophia! – Kenya fala e eu concordo com a cabeça.

                Estouro a maçaneta da porta e Kenya assume a sua posição, me dando cobertura, abro a porta e Kenya faz cinco disparos, atiro algumas vezes nos homens que estavam dentro da enorme e fedida sala. Sinto o impacto de algo contra o meu colete, mas não sinto a dor, mato o homem que atirou no meu ombro, agradeço mais uma vez por essas roupas a prova de balas realmente funcionarem, as crianças choram. Tiro o capacete e me aproximo delas.

— Está tudo bem, viemos tirar vocês daqui! – Falo e vejo o alivio em seus olhares.

— Vocês podem vir com a gente, estarão seguros! – Kenya fala.

                Uma das meninas mais velhas, que não deve ter mais que doze anos, me dá a mão.

— E os bebes? – Ela pergunta.

— Vamos vir busca-los também, todos irão! – Falo e ela sorri.

                Deixamos alguns soldados cuidando das crianças até tirarmos as maiores da casa, colocamos elas nas vans que já as esperavam e voltamos, os bebês também foram tirados de lá, todos iriam primeiro para uma das instalações que tinham médicos pediatras esperando por eles, incluindo, minha mãe.

— Achamos as mulheres! Acabou! Voltem para os carros! – Diogo fala e eu e Kenya voltamos.

                Chegamos ao ponto de encontro, todos novamente.

— Quantas mortes? – Thiago pergunta.

— Dezessete dos nossos se foram! – Alguém responde.

— Hora de irmos para casa pessoal! – Kauan fala e todos entramos nos carros, vi que Diogo foi algemado novamente, para que voltasse a sua cela assim que chegássemos na mansão.

                As próximas semanas foram assim, descobrir onde eram os esconderijos e invadir eles, resgatar e matar cada um deles, claro, que alguns soldados se renderam, mas, a maioria morreu em nome do que foram treinados para fazer.

                Kenya e eu andávamos dentro da enorme mansão quando notamos algo de errado na conversa em nossos comunicadores.

— Isso está muito quieto! – Thiago fala novamente.

— Eu concordo. – Tyson fala.

— Tem explosivos, corram agora! – Bryan fala e então
ouvimos algo caindo.

                Olho para Kenya assustada, corremos para onde eles estavam e encontramos todos caídos no chão, com ferimentos leves, menos Bryan, que não estava entre os feridos.

— Cadê o Bryan? – Falo e Kenya me olha assustada.

— Merda! – Nicolai fala.

— Alguém viu o Bryan Novack? – Tyson fala no comunicador.

— Levaram ele senhor! – Alguém fala no comunicador e em seguida mais tiros são dados.

— Equipe dois, hora de entrar! Acabem com todos! – Kenya fala.

                Bryan havia sido levado, não sabíamos para onde, mas com certeza sabíamos por quem e porquê. Quando retornamos a mansão, a terceira equipe já trabalhava em rastrear Bryan.

 — Como estamos? – Pergunto.

— Nada, ainda. Ele sumiu do mapa! – Rose, uma das hacker da máfia fala.

— Que merda! – Falo chutando o sofá.

— Vamos achar ele Sophia! Fica calma e tenta pensar no que fazer quando acharmos ele! – Kauan fala e eu concordo com a cabeça.

                                                                 ***

                Três dias. Três dias aterrorizantes se passaram desde que Bryan foi levado, atacamos mais cinco bases da máfia Italiana e não o encontramos. Olho para a janela mais uma vez, bufo, com raiva por ainda estar sem respostas.

                Meu celular vibra, olho a mensagem de um numero sem identificação. Lá estava Bryan, amarrado, sangrando por conta dos vários machucados, a mensagem seguinte dizia “Se não quiser que eu termine de matar ele, é melhor fazer o que eu digo´’ Sinto minhas mãos tremerem, a garganta ir fechando lentamente.

                Eu aguento todo tipo de dores, torturas, desde que não mexam com a minha família, porque essas pessoas, são o que me fazem achar motivos para viver, mesmo que o mundo seja cheio de pessoas ruins. Respondo a mensagem.

”É só me falar o que fazer!” . Não obtive resposta durante duas longas horas e então, o que eu imaginava aconteceu.

” Você vai trocar de lugar com ele e morrer em seu lugar! ” “ Dentro de quatro horas um carro vai parar no estacionamento do Shopping Nort Rio e irão te trazer, não conte nada a ninguém, um passo em falso e seu irmão morre! ”

                Ando pelo quarto, pensando no que fazer. Alguma coisa é jogada pela sacada, pego a pedra que jogaram e olho o bilhete amarrado nela “Melhor não arriscar!”.  

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