Capítulo Doze: De Volta Ao Jogo.

  Dois dias se passaram desde que deixei Diogo oficialmente livre para sair da minha vida, na esperança falha de que ele escolhesse ficar, meus pais viajaram no mesmo dia em que tomei a decisão, levamos eles para o local onde iriam embarcar no navio e os dois começaram a sua viagem de comemoração dos vinte anos de casamento, deixando, Tio Léo eu e meus irmãos, tomando conta do morro. 

                Kauan estava na cozinha quando desci as escadas e sentei no sofá.

— Sophia, a festa da máfia é hoje! – Kauan fala da cozinha e eu levanto.

— Hoje? – Pergunto.

— Sim, Zé avisou hoje! – Kauan fala.

— Irmãos, já estou saindo pra ir pro aeroporto! –  Ele fala com um sorriso enorme no rosto. 

— Chegou o dia? –  Pergunto e ele sorri afirmando com a cabeça. 

— Meu primeiro voo como piloto, pirralha! –  Ele fala e eu abraço ele o enchendo de beijo na bochecha em seguida.

— Você vai arrasar, vou comprar uma roupa para você ir para ir para a cerimônia da máfia ! –  Falo e ele gargalha. 

— Terno preto! –  ele afirma e eu reviro os olhos. 

— Tudo bem, não vou discutir seu gosto para roupa preta. –  Falo e ele sorri e beija minha testa. 

— Preciso ir, se cuida e não deixe o Bryan sozinho na boca por muito tempo. –  Ele fala e eu gargalho. 

Andei até a boca, Bryan estava no escritório e pela cara de Tucano e F*, as coisas ali haviam ficado feias não fazia muito tempo.

— Pela sua cara, alguém já morreu ou está quase! –  Falo entrando no escritório.

— Essas vadia vem aqui querendo tumultuar. –  Bryan fala bufando. 

— Imagino bem quem seja a vadia! –  Falo me referindo a Vanessa. 

— Acha que o irmão dela pode vir cantar de galo aqui! –  Bryan fala e eu respiro fundo, indo para as suas costas e começando a massagear a mesma. 

— Da próxima vez eu super apoio você descarregar a arma na cabeça dele! –  Falo e ele solta uma risada descontraída. 

— Thomas avisou sobre a reunião? –  Ele pergunta. 

— Avisou, vim falar com você sobre isso, eu, você e Kauan vamos as compras hoje! –  Falo e ele começa a rir.

— Duvido Kauan querer ir. –  Bryan fala e eu continuo massageando suas costas. 

— O que eu não vou querer fazer? –  Kauan entra no escritório perguntando.

— Fazer compras! –  Falo e ele revira os olhos. 

— Não quero mesmo! –  Kauan fala e eu gargalho.

— Mas você vai! –  Rafaela fala entrando no escritório junto com a tia Annie e Tio Léo. 

— Vai a família toda? –  Pergunto parando de massagear as costas do Bryan. 

— Trabalhar ninguém quer! –  Tucano fala entrando no escritório também. 

— Te pagamos pra quê? –  Kauan pergunta e Tucano finge ficar ofendido.

— Sou uma piada pra você? –  Tucano pergunta e eu gargalho. 

— Drama! –  Falo e Tucano gargalha.

— Zé já me mandou o endereço e a hora, fica longe daqui então se quiserem roupas novas, tirem as bundas da cadeira. –  Tio Léo fala e eu puxo meus irmãos.

— Tucano e F* ficam no comando hoje, o pessoal do plantão já está avisado! – Falo e eles concordam sem hesitar, fomos andando até o carro do Kauan que ficou estacionado em frente a boca.

— Bryan dirige! –  Kauan fala jogando a chave para o Bryan que a pega e entra no carro, ocupando o banco do motorista. 

        Rafaela e eu fomos para o banco de trás, Kauan foi no do passageiro e meus tios foram de moto. No caminho, comentamos sobre as fotos que minha mãe e meu pai haviam nos mandado do cruzeiro, mais do que nunca, eles mereciam essa viagem e estão curtindo muito ela, ao todo, ela dura dois meses. 

         Assim que chegamos no shopping que fica bem próximo à beira da praia, Bryan estacionou o carro e todos descemos e esperamos meus tios.

— Não acredito que estou fazendo compras para ir pra um evento desse tipo! –  Rafaela fala e eu gargalho.

— Acredite, queria não estar fazendo esse tipo de compra! –  Falo e ela gargalha.

      Rafaela é a única que sabe sobre a minha conversa com Diogo, ela preferiu não opinar muito sobre a minha decisão, mas disse que tinha sido a coisa certa a se fazer, mesmo que não tivéssemos um relacionamento. 

— Vamos escolher uma roupa para vocês primeiro. –  Falo me referindo aos meus irmãos e tio. 

— Por que temos que ser as primeiras vítimas? –  Kauan pergunta e eu gargalho. 

— Preciso escolher o terno do Thomas! –  Falo e meus irmãos paralisam. 

— TERNO? –  Perguntam gritando no meio do shopping.

— Por favor, vocês não acharam que iriam de calção para um evento desses né? –  Rafaela pergunta revirando os olhos. 

— Deus, me leva! –  Tio Léo fala fazendo a tia Annie rir da cara do mesmo. 

Entramos na melhor loja que vendi ternos, meus irmãos foram atendidos rapidamente por vendedoras que se jogavam para cima deles o tempo todo, a mesma coisa quase aconteceu com meu tio, não aconteceu por que tia Annie quase matou a vendedora com o olhar antes que ela abrisse a boca. Rafa e eu somos escolher o bendito terno preto do Thomas, que a essa hora estaria em seu primeiro voo como piloto. 

                Confesso que demorei para gostar de algum modelo, mas assim que olhei para um deles, amei a ideia de ver meu irmão vestindo ele, comprei o mesmo, pois sabia o número que Thomas usa de tanto comprar ternos junto com ele para seu trabalho. 

— Sophia me ajuda aqui, ela é burra! –  Kauan fala e vejo a atendente ficando vermelha de raiva

— Deixa eu ver. – Falo olhando para o terno que ele segura nas mãos 

                Meus irmãos tem amor por vestir preto, Kauan segura um terno em suas mãos e me olha com cara de dúvida sobre provar ou não. 

— Vai provar enquanto eu pego outros modelos. –  Falo e ele vai para o provador, contra a sua vontade, óbvio. 

— Sophia! –  Bryan me chama saindo do provador. 

— Caramba, você está maravilhoso! –  Falo olhando para ele que veste um terno também da cor preta. 

— Me sinto um agente secreto! –  Bryan fala girando seu corpo e eu gargalho.

— Até parece que presta! –  Tia Annie fala e tira uma foto do mesmo. 

— Quero direito de imagem depois! –  Bryan fala e eu nego com a cabeça vendo os dois rirem. 

— Eu me sinto tão velho vestindo isso! –  Tio Léo fala saindo do provador com seu terno azul marinho.

— O velho mais gato desse Rio de Janeiro, pai! –  Rafaela fala e eu pego alguns ternos para, Kauan enquanto eles debatem sobre meu tio estar ou não parecendo mais velho de terno 

                Coloco todos os ternos do lado de fora do provador para que Kauan possa pegar eles, todos pretos, sei que ele não aceitaria vestir outra cor, para minha sorte ou azar, ternos pretos ficam muito elegantes em quase todo tipo de pessoa. 

— Gostei desse! –  Kauan fala saindo do provador, surpreendentemente, o terno que ele veste ficou perfeito em seu corpo, deixando– o ainda mais bonito. 

— Está perfeito! –  Falo e ele sorri, satisfeito.

                Kauan foi até o caixa, para pagar o terno, assim, saímos da loja de ternos e fomos para uma das lojas de vestidos, onde a tia Annie acabou escolhendo o seu, um vestido salmão com detalhes na parte de cima e saia rodada, nada muito extravagante mas, extremamente bonito. Rafaela e eu entramos em mais três lojas, até que ela finalmente escolheu um vestido bordô com fenda na perna, e eu optei por comprar um vestido preto também com fenda na parte da perna e detalhes, mas pequenas mangas que ele tem, e só então, voltamos para casa. 

                Tio Zé disse que a reunião, começaria exatamente as 22:00 horas da noite e que deveríamos chegar no horário, pois atrasos são feios. 

              Aproveitei o tempo que restou para ligar para meus pais e saber como estava a viagem, eles me deram detalhes de tudo e pediram como estavam as coisas no morro também, passei um relatório completo de tudo para o meu pai, que logo precisou desligar pois eles teriam atividades no cruzeiro. 

              Fiz o jantar e logo em seguida, Thomas chegou para jantar com a gente.

— Essa casa fica estranha sem a mãe gritando. –  Thomas fala e eu pulo em seu pescoço. 

— Como foi? –  Pergunto e ele sorri. 

— Maravilhoso Sophi, acho que nunca amei fazer algo como amei pilotar! –  Thomas fala e eu sorrio de felicidade.

— Parabéns irmão, dá pra ver na sua cara que está feliz! –  Kauan fala e os dois se abraçam.

— Quando comprarmos o nosso jatinho, já temos quem dirigir, Parabéns irmão! –  Bryan fala e Thomas ri

— Obrigada, sei que me amam, vamos comer? Avião da fome! –  Thomas fala e eu gargalho 

                Jantamos enquanto Thomas passava por um interrogatório de como era ser piloto e não morrer de ataque por estar no ar. 

              Depois do jantar, Thomas provou seu terno e o aprovou e só então fui para o meu quarto me arrumar, tomei banho, lavei meus cabelos e sequei os mesmos, coloquei meu vestido e fiz maquiagem leve, apenas para não sair sem, prendi meus cabelos e deixei algumas mexas soltas no meu rosto, coloquei um salto preto também e dei um jeito para colocar a minha arma presa em um lugar que ela não caísse e que ficasse fora do alcance dos olhos das pessoas. 

— Sophia, está pronta? –  Rafa pergunta batendo na porta. 

— Entra, estou. –  Falo e ela entra no quarto. 

— Você está maravilhosa! –  Falamos em coro, uma olhando para a outra e começamos a rir. 

— Hienas, vamos logo! –  Tia Annie fala do corredor e eu e Rafa saímos do quarto. 

                Estavam todos reunidos na sala, assim que saímos, Kauan foi dirigindo o carro onde, eu, ele Thomas e Bryan fomos. Rafaela dirigiu o segundo com ela, tio Léo e tia Annie. Saímos uma hora mais cedo, pois o local ficava a exatos quarenta minutos do morro. Quando chegamos, eu ainda viajava em meio aos meus pensamentos, meu passado, que deixei morrer a cinco anos, estaria diante da porta da mansão onde estava acontecendo a reunião, todas as coisas e sentimentos que neguei sentir, estariam me esperando do outro lado da porta e a insegurança de não saber como lidar com esse encontro repentino com o passado, me causava um arrepio estranho na espinha.

— Você está preparada pra isso? –  Kauan pergunta vendo que estou olhando fixamente para a janela. 

— Que opções eu tenho? –  Pergunto sem desviar o olhar da janela. 

— Podemos te levar pra casa e falar que se sentiu mal. –  Thomas fala e eu forço o sorriso.

— Posso ficar com você em casa! –  Bryan fala mexendo nas mechas soltas do meu cabelo. 

— Eu posso fazer isso, tenho que encarar isso uma hora ou outra! –  Falo e sinto minha mão tremer mas me mantenho firme. 

— Só estamos falando que não precisa ser hoje! –  Kauan fala e eu respiro fundo. 

— Vai ser hoje! –  Falo com toda a confiança que eu poderia fingir que tenho, nesse momento.

— Tudo bem, vamos lá! –  Thomas fala e abre a porta do carro.

                O vento gelado da noite bateu contra minha pele descoberta pelo vestido, me fazendo sentir medo de dar os passos seguintes em direção a porta, Kauan entregou a chave para ao manobrista e assim como Bryan e Thomas, ficou ao meu lado Rafaela também parou ao meu lado assim como tio Léo e tia Annie, e então, um de cada vez, assombrados por seja lá qual foram nossos fantasmas particulares a respeito dessa noite, andamos em direção a porta onde aconteceria a primeira reunião da máfia. 

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