Quinze dias depois

Ela estava pálida, com um tubo enfiado na garganta, agulhas enfiadas pelo corpo, não parecia ser a sua garota ali. Os cabelos loiros com mexas chamativas estavam bagunçados quando adentrou, mas ele deu um jeitinho antes de se sentar ao lado dela. As horas foram se passando e ele só esperava pelo momento em que ela abriria aqueles lindos olhos verdes. Ele precisava ver eles abertos de novo. Já havia se passado quase um mês desde o ocorrido, e ela continuava na mesma. Não havia mudado nada. Pegou na mão dela mais uma vez naquele dia. As crianças tinham acabado de sair. Se sentaram ali, conversaram com a mãe, sentiram a segurança de que estava tudo bem e voltaram para casa. A saudades, o pedido para que ela despertasse logo, os beijos e abraços e o pedido mudo para que ela os correspondesse. Foi doloroso.

Enquanto a observava, ele se sentia tão impotente, além de sentir uma raiva tão grande dentro de si, e toda ela, era direcionada a uma só pessoa. De novo. Ele senti