A luz entrava preguiçosa pelas frestas da cortina, aquecendo lentamente o quarto silencioso. Olivia abriu os olhos com dificuldade, piscando contra a claridade suave. Levou alguns segundos para perceber que estava sozinha na cama.
Espreguiçou-se devagar e levou a mão até a barriga, murmurando um bom dia preguiçoso ao bebê.
— Dormimos demais, hein? — falou baixinho, passando os dedos pela pele esticada com ternura.
O relógio digital na mesinha marcava quase onze da manhã.
Ela se levantou com calma, prendeu o cabelo em um coque alto e seguiu pelo corredor em direção à sala. O cheiro de café fresco ainda pairava no ar, mas não havia mais som de vozes.
Foi quando o viu.
Salvatore estava sentado no sofá, inclinado para frente, os antebraços apoiados nas pernas, as mãos entrelaçadas. Os olhos fitavam algum ponto à frente, perdido em pensamentos.
Ele parecia tenso — não zangado, mas... ausente.
— Bom dia — ela disse com um sorriso leve, tentando soar casual. — Acho que dormi