O sol filtrava-se pelas frestas da cortina, pintando o quarto com tons suaves de dourado. Olivia acordou devagar, os olhos ainda pesados de sono, mas o coração leve. Ao seu lado, Salvatore dormia de bruços, o rosto parcialmente afundado no travesseiro, os músculos das costas relaxados — pela primeira vez em dias.
Ela ficou ali por alguns instantes, só observando. Aquilo bastava para que todo o esforço valesse a pena.
— Você tá me encarando faz tempo ou é impressão minha? — ele murmurou, ainda de olhos fechados, com a voz rouca e sonolenta.
— Um pouco dos dois — ela respondeu com um sorriso, ajeitando os cabelos.
Ele virou o rosto na direção dela e sorriu de volta. Os dedos encontraram os dela no meio do lençol, como um instinto.
— Hoje tem consulta, lembra?
— Eu lembro — ele respondeu, erguendo-se devagar e beijando-lhe a testa. — Não perderia por nada. Me deixa ver esse pequeno soldado de novo.
— Você nem sabe se é um menino — ela provocou, rindo.
— Intuição de pai —