O chão de concreto do galpão parecia vibrar com cada passo que Salvatore dava em direção a Rocco. Era o tipo de tensão que pesava no ar, quase sólida, como se o ambiente todo prendesse o fôlego.
Luca mantinha Olivia segura atrás das pilastras de ferro, o corpo dela tremendo, o rosto ainda molhado de lágrimas. Mas os olhos estavam vidrados na cena à frente — incapaz de olhar para outro lugar.
Salvatore parou a poucos metros de Rocco. Os dois se estudavam como predadores prontos para o abate.
— Sem armas — disse Rocco, levantando as mãos, como quem joga limpo. — Só eu e você, como nos velhos tempos.
Mas o brilho nos olhos dele não deixava dúvidas. Rocco nunca foi de jogar limpo.
O general e o esquadrão se mantinham nos arredores, posicionados, atentos. Não podiam intervir agora — a luta tinha virado pessoal.
O primeiro soco veio seco, direto do maxilar de Salvatore, fazendo a cabeça de Rocco virar de lado.
Mas o maldito riu.
— Ainda tem força — debochou, limpando o canto da boca.
Salvat