O silêncio naquela sala afastada da cidade não era comum — era pesado, carregado de lembranças e do tipo de tensão que só homens marcados pelo campo de batalha sabiam reconhecer. O galpão estava vazio, exceto por uma única mesa de ferro no centro, onde a caixa que Olivia havia recebido horas antes agora repousava, como uma maldição prestes a ser desencadeada.
Salvatore ficou de pé por longos segundos diante dela, o peito subindo e descendo devagar, como se estivesse controlando algo prestes a explodir. Luca o observava em silêncio, os olhos atentos, o corpo já preparado para o pior.
— Abre logo isso, Salv — murmurou ele. — Seja o que for, a gente encara. Como sempre encarou.
Salvatore assentiu, mas suas mãos não tremiam por ansiedade. Era algo mais profundo. Era o instinto. Um aviso que corria pelo sangue.
Ele abriu a caixa com cuidado.
O primeiro item era um tecido preto, grosso e dobrado com precisão quase ritualística. Salvatore puxou-o devagar — e ali estava: a réplica da medalha