O clima ficou ainda mais pesado. Isadora observava tudo em silêncio. Mesmo furioso, Rafael era hipnotizante. Sua autoridade era indiscutível. Ela sabia que aquela postura não vinha só da tentativa de invasão. Ele estava lutando com algo maior dentro de si.
Ele voltou ao centro da sala.
— Vocês têm até amanhã para me apresentar resultados. Quero nomes, intenções e soluções. Se não tiverem nada... mais cabeças vão rolar.
Então olhou de canto para Isadora, como se lembrasse que ela estava ali. Ela se pegou observando cada movimento dele. O modo como os dedos pressionavam o copo, os olhos cansados, os ombros tensos. Parte dela queria odiá-lo… mas havia uma outra parte que insistia em entendê-lo. Essa era a parte mais perigosa. Por um segundo, seus olhares se encontraram novamente. Havia fogo ali. Raiva, dor, desejo contido. Ela desviou o olhar, desconcertada.
Rafael sinalizou para ela e saiu da sala. Ela o seguiu.
Ao entrar em seu escritório novamente, ele se sentou, esfregando o rosto co