Isabelle Mattos
Depois de uma hora e meia de viagem eu chego a Campo Verde, um pouco mais calma, mas com um vazio no peito, uma angústia, uma dor apertando meu coração. Eu não consigo processar o que ouvi. Nada faz sentido. A frase: “Quero aproveitar um pouco mais” não sai da minha cabeça.
Quando entro no apartamento, tomo um grande susto ao ouvir uma voz conhecida.
— Quando é que você vai parar com essa mania de fugir? — A voz de Alejandro ecoa no silêncio.
Acendo a luz rapidamente e vejo que ele está sentado numa poltrona, me olhando. Droga, meu coração acelera só de ouvir a voz dele e de vê-lo. Uma enxurrada de sensações me toma e eu não consigo controlar minhas lágrimas. É um misto de raiva, decepção e amor que me consome.
Meu Deus, como eu fui me apaixonar desse jeito por esse homem?
— O que é que você está fazendo aqui? Por que não está em casa se organizando para sua viagem? Você não vai embora? Você não tem nada para fazer aqui. — pergunto, tentando soar firme.
— Oh, Isabelle..