Ronaldo
Não era raiva. Era outra coisa. Algo mais frio. Mais calculado.
Desde que chegamos, Margarida se trancou no quarto com Emma. As duas passaram o dia juntas, brincando e comendo besteiras.
Hoje não teve aula — coincidência perfeita. Eu não teria conseguido animá-la melhor que nossa filha.
Mas eu sabia: esse assunto não acabaria ali. Meu alvo não era só Gabriella. Era João. E se ele caísse, ela iria junto.
— Você devia ter socado a cara daquele infeliz — Erik disse. — Não vai deixar barato, né?
— Claro que não. — respondi, firme. — Eu quero destruir tudo.
— Então usa o que tem. Começa aos poucos. Mas vai até o fim. — ele deu de ombros.
E era exatamente o que eu planejava.
No fim da tarde, entrei no escritório. Tranquei a porta, servi um copo de uísque e liguei o notebook.
A pasta com o nome “JS– confidencial” estava lá. Abri com calma. Os dados que coletei ao longo dos anos estavam organizados em camadas: contratos fraudulentos, movimentações estranhas, e-ma