Daphne
Eu estava em um sono pesado que ninguém poderia me tirar. Eu não conseguia manter meus olhos abertos e caia de novo no sono, na enorme tela branca sem imagens, sem pessoas, sem nada.
Fiquei lutando contra isso por algum tempo, quando finalmente consegui vencer. O primeiro rosto que vi foi o da minha mãe. Ela estava de cabeça baixa, sussurrando uma oração que eu a vi fazer durante a vida inteira. Ela levantou o olhar de repente e olhou para mim, com eles bem arregalados.
— Como você está se sentindo? – ela perguntou e eu estranhei encontrar preocupação no seu tom de voz.
— Não deveria estar aqui – eu disse, sentindo minha garganta arranhar de sede – você também está doente, deveria estar no seu quarto se cuidando.
De repente, o silêncio. Rosália voltou a abaixar a cabeça. Estava abatida e vestia a mesma roupa do dia anterior.
— Estou com sede – eu disse e ela se apressou.
Levantou-se da cadeira de rodas e caminhou com dificuldade até o filtro, enchendo um copo. Depois,