Daphne O trânsito daquele lado da cidade era um caos, eu dirigia a menos de vinte quilômetros por hora e as horas não paravam, provando para mim que eu chegaria atrasada e levaria outra bronca de Haiden. Bati no volante com força, completamente frustrada. Eu não parava de pensar o quanto era ruim ter que trabalhar ao lado de Haiden sabendo tudo o que eu sabia sem poder dizer nada a ninguém. Eu precisava agir naturalmente para que ninguém desconfiasse. Eu me sentia como uma criminosa escondendo um homicídio. Quando finalmente estacionei o carro em frente ao prédio, estava uma hora atrasada. Corri até o elevador com minhas mãos tremulas. Ainda era o meu emprego e, embora eu estivesse morando em uma mansão, aquele emprego ainda era tudo o que eu tinha. Eu não podia perdê-lo e depender completamente do Haiden. Cinco anos, eu pensei, cinco malditos anos vivendo ao lado do homem que eu amava sem poder tocá-lo. Eu senti o impacto do abraço de Evangelina contra o meu corpo assim que saí
Haiden Naquela manhã, eu me vi abrindo a porta do quarto da Daphne e observá-la dormir. Quando percebi o que eu fazia, me afastei rapidamente, fechando vagarosamente a porta atrás de mim. Eu não entendia por que passei a agir assim, mas odiava a sensação que a Daphne causava dentro de mim. Dei as chaves do carro dela, que ordenei que o meu motorista fosse buscar no dia anterior, para a empregada entregar para Daphne assim que ela acordasse. Minha atitude gerou o atraso de Daphne, que gerou uma bronca em público. Eu podia ver no rosto dela o quanto estava envergonhada. Às vezes considerava minhas atitudes exageradas, mas era a maneira mais fácil que encontrei de evitar que ela se aproximasse e aumentasse o que eu estava sentindo nesse momento. O trabalho era a coisa mais importante para mim nesse momento. A posição em que eu estava era o que eu havia desejado e conquistado. O meu objetivo era desfrutar disso e nada mais. Entrei no meu escritório para me concentrar no trabalho, ma
Daphne Eu nunca teria um lugar no coração de Haiden, mas ele sempre teria o seu no meu coração. Agora estou parada sozinha, perto do elevador, sentindo meu corpo inteiro tremer enquanto não contenho o choro. As lágrimas estão rolando com as últimas palavras de Haiden para mim. “Como ele pode dizer isso para mim?” Sussurrei para mim mesmo, enquanto suas palavras continuavam me atingindo como um trem de carga. O silêncio caiu sobre mim e eu fiquei lambendo as feridas que suas atitudes causaram sobre mim por longos minutos. Ele ainda estava lá, trancado no escritório com a ex namorada, a mulher com quem ele deveria ter se casado. Ele a ama? Ela era a mulher que Haiden realmente desejava? Lembrei-me então dele, dizendo o quanto desprezava o amor. Era impossível aquele homem amar alguém, mas eu era o centro do seu desprezo, pelo menos eu tinha alguma posição na vida dele. — Está chorando, Daphne? – a voz de Vincent me elevou para um surto. Meu coração batendo contra minhas costelas.
Daphne Liguei para o Haiden o percurso inteiro, mas ele não atendeu nenhuma das minhas ligações. Ele certamente estava muito ocupado com sua nova companhia para me ignorar. Eu decidi, então desisti, dirigi em direção ao hospital. Fui direto para o quarto dela, sabendo que eu não teria a desagradável presença de Ember. Rosália estava sozinha, dormindo enquanto os aparelhos monitoravam seus batimentos cardíacos. Fiquei a observar, tão frágil e limitada naquela cama. Quem diria que a mulher forte e arrogante um dia precisaria de mim. Depois de alguns minutos, eu saí e fui atrás do médico que cuidava dela. O celular vibrou na bolsa. Olhei o identificador de chamadas e era Haiden. Olhei para a tela e apertei o botão de rejeitar ligação. “Agora você quer falar comigo?” Eu disse, agindo da maneira mais imatura possível, “agora eu não estou disponível.” Enfiei o celular na bolsa novamente e caminhei pelos corredores do hospital. Depois de quase vinte minutos, eu o encontrei no seu consul
Haiden Ethan passou o almoço quase inteiro perguntando sobre a Daphne e eu precisei me controlar para não o mandar calar a boca e revelar de uma vez que ela era minha esposa. Ela não tinha o direito de flertar com ela e eu ficava voltando na lembrança da maneira como ele segurou a mão de Daphne e entregou a ela o seu cartão de visita, planejando vê-la mais uma vez. Nem por cima do meu cadáver ele se aproximaria dela outra vez. O celular vibrou insistentemente, era Daphne, mas ignorei todas as ligações. Que desculpas eu daria aos meus convidados atendendo uma ligação da minha assistente pessoal no meio do almoço. Depois de um tempo, Daphne desistiu. – Quando conheceremos sua esposa? – Ethan perguntou e eu senti uma pontada de provocação nas palavras dele – estou curioso para saber quem é essa mulher. — É verdade que você só se casou para conseguir a vaga de novo CEO? Natalia olhava para mim com os olhos exalando de curiosidade. Cocei a barba e imediatamente pedi licença. Camin
Daphne Antes Sai do hospital dirigindo meu veículo em alta velocidade, indo em direção à casa de Ember. Bati insistentemente na porta. Uma mulher estranha atendeu. Olhou para mim estranhamente quando eu a empurrei e entrei na casa. — Você não pode invadir uma propriedade assim, senhora – ela tentou me deter – quem é você? — Estou procurando a Ember – eu disse, mas a casa estava vazia completamente – onde estão os móveis? — Se conhece mesmo a senhora Ember deveria saber que ela está se mudando – ela disse – ou melhor, está fugindo das dívidas que não param de bater na porta. Ela não pagou o meu salário desse mês. Disse que iria ao banco sacar o dinheiro e eu estou aqui esperando. — Para qual banco ela foi? A mulher olhou para mim, confusa, desconfiando das minhas intenções, mas ela também parecia ressentida com Ember, então logo revelou para onde Ember havia ido. — O banco no centro da cidade. Disse ter o dinheiro da venda de uma casa para receber. Era a venda da casa da nossa
Daphne Um sorriso discreto se formou em meus lábios. Haiden não podia ver o quanto eu estava feliz, porque ele estava de costas me conduzindo até o seu escritório, para, segundo ele, cuidar dos meus ferimentos. Ele fechou a porta logo atrás dele, enquanto ainda segurava minha mão. Era como uma pequena carga elétrica atravessando todo o meu corpo. Meu rosto esquentou, mas o contato foi rompido no segundo seguinte. — Sente-se – ele apontou para a cadeira e se afastou. Foi até um armário cheio de livros e abriu uma das portas, retirando de lá uma caixa de primeiros socorros. Fiquei observando-o de longe, sem imaginar que um dia eu seria bem tratada assim. Desde o dia em que conheci o Haiden sempre fui tratada como mais uma funcionária e comigo o seu humor oscilava sempre de ruim para pior o tempo todo. Eu conseguia ver seus músculos se movendo enquanto ele se inclinava e pegava a caixa. Depois, se virava, caminhando com ela em mãos até mim. Ele arrastou outra cadeira e sentou-se à
Daphne Era a noite do meu noivado. Eu estava animada, após esperar oito anos, eu e Vincent finalmente iriamos marcar a data do nosso casamento. Francamente, eu teria me casado com ele imediatamente, assim que o conheci. Ele era o homem mais bonito que eu já coloquei meus olhos, inteligente e destemido, mas Vincent instituiu para fazermos as coisas no tempo certo. Concordei e os anos se passaram, tantos que eu já não suportava mais esperar. Estava parada em frente ao espelho e me admirava, confiante de que essa seria a noite mais importante da minha vida. Eu estava pronta para me comprometer para sempre com o homem que eu amava. Soltei meus cabelos negros e ajeitei minha franja. Dei uma última conferida no vestido marrom que eu vestia. Ele era justo e mostrava minhas pernas, mas Ember, minha irmã mais velha, disse ser a roupa ideal para um momento como aquele. — Você está tão sexy nessa roupa, Daphne – Ember disse quando me encontrou na sala. – O Vincent não vai resistir quando te