9. Quando o Ciúme Fala
O carro parou suavemente diante da entrada iluminada do hotel. O motorista saiu primeiro para abrir a porta, e o ar da noite tocou minha pele como um aviso de que a atmosfera lá dentro seria ainda mais sufocante.
Desci devagar, sentindo o tecido leve do vestido negro deslizar pela minha pele, e ajeitei a fenda discreta que revelava parte da perna a cada movimento. Meus saltos ecoaram no piso de mármore, firmes, enquanto eu erguia o queixo, consciente de que precisava aparentar segurança.
Kairos desceu logo em seguida. O terno cinza escuro moldava sua silhueta com perfeição, e o reflexo da gravata prata brilhou sob as luzes da fachada. Ele ajustou o paletó com um gesto simples, mas a naturalidade com que o fazia transbordava autoridade. A presença dele ao meu lado era quase esmagadora.
Não trocamos palavras. Apenas caminhamos lado a lado até as portas de vidro do hotel, em um silêncio carregado de tensão. Cada passo parecia marcar um compasso invisível entre nós, e eu não precisava olh