50. Lar doce lar
Na sexta-feira de manhã, acordei antes mesmo do despertador tocar. Era como se meu corpo tivesse se antecipado ao que estava por vir, ansioso demais para me permitir o luxo de alguns minutos a mais na cama. Abri os olhos e encarei o teto do meu quarto por alguns instantes, tentando organizar mentalmente tudo o que eu ainda precisava fazer antes de sair. Apesar de já ter arrumado a mala na noite anterior, ainda havia aquela estranha sensação de que eu estava esquecendo algo — uma escova de cabelo, um carregador, talvez um par de sapatos.
Levantei-me devagar, puxei a cortina e deixei a luz suave da manhã invadir o quarto. O céu estava limpo, tingido de um azul delicado, e por um instante isso me trouxe paz. Sorri sozinha, lembrando que em poucas horas eu estaria revendo minha mãe, meus tios e primos, depois de tanto tempo. No entanto, o que realmente fazia meu coração acelerar era saber que Kairos estava envolvido nisso. Ele não apenas se ofereceu para me levar como havia insistido que