33. Assinado, Noah
O toque do meu celular indicou que alguém estava me esperando na portaria. Olhei para o relógio: 7h30. Um carro preto, discreto, com vidro levemente escurecido, estacionava exatamente na frente do meu prédio. Um motorista me esperava, educado, mas impessoal, segurando a porta aberta. Respirando fundo, desci, e o perfume do ar da manhã me atingiu junto com a sensação de que, naquele momento, nada mais pertencia apenas a mim. Kairos havia organizado tudo.
Assim que entrei, o motorista fechou a porta com um clique seco. O carro deslizou pelas ruas silenciosas da cidade. Sentada no banco de trás, tentei manter a postura correta, os dedos entrelaçados sobre o colo, mas a mente não parava. Cada detalhe do que ele havia dito sobre o contrato, cada olhar, cada toque sutil que me desarmava, rodopiava na minha cabeça. Um arrepio percorreu minha espinha, e precisei apertar as mãos, como se assim pudesse me ancorar.
Ao chegar à empresa, o carro parou exatamente em frente à entrada de serviço.